SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) confirmou que as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna contra a Covid-19, ambas baseadas na técnica de RNA mensageiro (mRNA), têm eficácia de 90% ou mais em um estudo que leva em conta dados do uso do imunizante no mundo real, isto é, fora dos testes clínicos.
 
O CDC afirma ainda que a primeira dose de qualquer uma das duas vacinas foi suficiente para reduzir em 80% as chances de ser infectado pelo vírus causador da Covid-19 a partir de duas semanas após a injeção. Foram avaliadas infecções sintomáticas e assintomáticas em quase 4.000 participantes de seis estados norte-americanos.

Fizeram parte do estudo profissionais da saúde e trabalhadores considerados essenciais, os primeiros a receberem as injeções e os mais suscetíveis à infecção.

De acordo com o CDC, o prazo para que o corpo produza os anticorpos que podem proteger contra a infecção é de duas semanas após a aplicação do imunizante. Assim, duas semanas depois da primeira injeção as pessoas podem ser consideradas "parcialmente vacinadas". Duas semanas após a segunda dose, são consideradas "totalmente vacinadas".

A vacina da Pfizer/BioNTech deve ser aplicada em duas doses com um intervalo de 21 dias entre elas. Para a vacina da Moderna, o intervalo é de 28 dias.

Os resultados apresentados nesta segunda-feira (29) estão de acordo com os testes clínicos feitos com as duas vacinas, que apontaram estimativas de eficácia acima dos 90%. Esses testes, porém, foram planejados para detectar a eficácia dos imunizantes contra o desenvolvimento da Covid-19. O estudo do CDC avaliou também o surgimento total de infecções, mesmo que o infectado nunca desenvolvesse sintomas da doença.

Para isso, os participantes do estudo coletaram amostras de secreção nasal para realização de testes do tipo PCR todas as semanas. O exame indica a infecção na fase aguda, a presença do vírus no corpo. Assim, diz o CDC, os dados mostram que as vacinas de mRNA podem reduzir o risco de todas as infecções pelo Sars-CoV-2, não apenas as sintomáticas.

As vacinas de mRNA foram a a grande conquista científica de 2020. Esses imunizantes carregam o código genético do vírus que contém as instruções para que as células do corpo produzam as proteínas que estimulam a resposta imunológica do organismo contra o patógeno.

Via de regra, todas as vacinas precisam carregar de alguma forma uma identificação do vírus que serve para alertar o sistema imunológico contra um invasor e dar início a produção das moléculas protetoras. As vacinas simulam uma infecção para enganar o corpo e induzi-lo a deixar a resposta imunológica formada. Assim, quando o corpo encontrar o vírus ativo, capaz de gerar doença, o organismo já conta com as defesas prontas.

Segundo o CDC, esse estudo é o primeiro de uma série de pesquisas planejadas para avaliar o uso dos imunizantes na população. As vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna têm autorização de uso emergencial concedido pela FDA (agência regulatória dos Estados Unidos).

No Brasil, a vacina da Pfizer teve seu registro aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o governo federal firmou acordo para obter as doses, mas elas ainda não estão disponíveis para a população.

Até o momento, mais de 145 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 já foram aplicadas nos Estados Unidos -pelo menos 546 mil pessoas morreram no país com a doença.