Líder da Frente Nacional foi indiciada por publicar fotos de atos violentos de militantes do Estado Islâmico
A política populista mais conhecida da França expressou sua maior indignação com a a acusação de espalhar fotos extremistas em redes sociais, crime pelo qual pode sofrer multas e até ser levada à prisão.
"Houve uma mudança total dos valores na França, então eu pessoalmente verei essas acusações como uma medalha, uma recompensa", disse Marine Le Pen, líder do partido de direita Frente Nacional, durante entrevista a um canal de televisão.
Le Pen foi indiciada por publicar fotos no Twitter, mostrando atos violentos cometidos por militantes do Estado Islâmico. Ela é acusada de fazer circular "mensagens violentas que incitam o terrorismo ou a pornografia ou prejudicam seriamente a dignidade humana", informou a mídia internacional na semana passada.
A política escreveu "ISTO é o Daesh" abaixo das imagens postadas. Uma delas mostra o corpo do jornalista americano James Foley, que foi executado por extremistas. A foto foi excluída da conta depois que a família de Foley denunciou a postagem. Outra foto apresentou um homem queimado vivo.
À agência de notícias AFP, Le Pen disse que sua ação "teria me valido uma medalha". Ela acrescentou que as acusações que enfrentava são "um escândalo".
"É preciso denunciar os islamitas, para mostrar o que estão fazendo. Enquanto estou enfrentando acusações, o líder do Daesh está se exibindo nas redes sociais. Estamos agindo contra o senso comum", ressaltou o político.
Le Pen recordou que as autoridades francesas apoiaram movimentos radicais na Síria há vários anos e pediram que não repetissem os mesmos erros.
"Lembro-me da época em que Laurent Fabius (Ministro das Relações Exteriores da França entre 2012-2016) afirmou que a al-Nusra (ramo da Al-Qaeda na Síria) era simpática. Naquela época, estávamos apoiando os islamistas sírios".
Le Pen expressou a certeza de que uma guerra midiática tinha sido travada contra ela, embora enfatizasse sua intenção de continuar a luta pela França e pelos franceses, apesar de tudo. Se for considerado culpada, a política francesa, que perdeu sua imunidade parlamentar em 2017, enfrentará três anos de prisão e uma multa de €75.000 (cerca de R$300 mil). Com informações da Sputnik News Brasil.