'Daqui a 100 anos se lembrarão dele como alguém que foi asssassinado, e isso é negativo', disse Mark Chapman
Antes de puxar o gatilho que deu fim à vida do ícone do rock John Lennon cerca de 38 anos atrás, seu assassino relembra sobre estar em um "cabo-de-guerra" consigo mesmo em relação ao que estava prestes a fazer, e até mesmo esperando por uma forma de achar uma saída para não levar seu plano adiante.
No fim, a compulsão para ganhar notoriedade por matar uma das pessoas mais conhecidas no mundo se provou muito poderosa, contou um Mark David Chapman cheio de remorso a oficiais em uma audiência em 22 de agosto que decidiu em não liberá-lo em liberdade condicional.
"Eu estava indo longe demais", disse Chapman, 63, na transcrição de uma audiência divulgada na terça-feira, 15, pelo Departamento de Correção e Supervisão Comunitária de Nova York.
Na tarde de 8 de dezembro de 1980, o ex-membro dos Beatles deixou seu apartamento em Nova York em seu caminho para uma gravação quando parou para autografar um álbum que Chapman, então um jovem rechonchudo e de óculos de 25 anos, estava segurando. Esse é um momento capturado em uma fotografia que hoje em dia é estranha.
"Eu lembro de ter o pensamento de: 'Ei, você tem o álbum agora, olhe isso, ele assinou-o, apenas vá para casa", mas não havia uma maneira de que eu fosse para casa", Chapman, agora mais magro e grisalho, contou.
Mas quando Lennon retornou à sua casa no lado oeste de Manhattan mais tarde àquele dia, Chapman estava esperando por ele, e disparou cinco tiros de calibre 38, atingindo-o quatro vezes na frente de sua mulher, Yoko Ono.
O estilo do assassinato surpreendeu o mundo da música, uma geração que cresceu com a 'Beatlemania', e a cidade que o músico britânico havia adotado como sua casa.
De sua prisão no Complexo Correcional de Wende em Alden, Nova York, a leste de Buffalo, Chapman contou aos dois membros da comissão de liberdade condicional em seu depoimento que seu senso de vergonha cresce constantemente após o assassinato.
"Daqui uma centena de anos eles irão se lembrar dele, e se lembrarão dele como alguém que foi assassinado, e isso será negativo", disse.
Chapman foi sentenciado de 20 anos para a vida após ser condenado culpado por homicídio de segundo grau em 1981. Ele teve a liberdade condicional negada por 10 vezes desde 2000 e não terá outra oportunidade de soltura até agosto de 2020.
Na duiência, Chapman disse que é um homem mudado que gostaria de ser liberado, mas disse que não merece isso.
Ele negou a sugestão de um membro da comissão de que teria canalizado sua obsessão com a fama em um ministério que toca junto com sua mulher que distribui panfletos cristãos na África.
"Honestamente, eu tenho que discordar disso. Nós estamos sustentando Jesus".