CASO WALLACE

A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) chegaram a um acordo no final da noite desta segunda-feira (15) que diminuiu de cinco anos para 90 dias a suspensão ao jogador Wallace, do Sada Cruzeiro e da seleção brasileira.

O acordo foi intermediado pela AGU (Advocacia Geral da União) e encerra o processo ético do Conselho de Ética do COB contra o oposto, além de retirar a suspensão à entidade que gere o vôlei nacional

"A intenção das entidades esportivas, da Advocacia Geral da União e do Conselho de Ética do COB foi preservar a preparação de atletas e seleções brasileiras, adultas e de base, do vôlei e do vôlei de praia, até o fim do ciclo Paris 2024", diz nota divulgada pelo COB.

A punição ao jogador da seleção brasileira era uma polêmica entre o Conselho de Ética do COB e o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).

Ele havia sido suspenso por três meses porque, no final de janeiro, publicou foto em sua conta de Instagram em um clube de tiro, com uma arma na mão e abriu a caixa de perguntas do aplicativo para responder dúvidas dos seguidores.

Um deles questionou se usaria a arma para dar um tiro no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O jogador respondeu com a abertura de enquete questionando quem faria aquilo.

Em maio, o Conselho de Ética do COB aumentou a suspensão para cinco anos e determinou que a CBV fosse desligada do sistema do COB por seis meses, o que a impediria de receber repasses financeiros, inclusive das loterias.

O motivo do aumento da punição foi o descumprimento da pena, pois Wallace entrou em quadra na final da Superliga masculina de vôlei, entre o Minas Tênis e Sada/Cruzeiro

O rigor da punição deixou os dirigentes do comitê atônitos e levou a uma discussão sobre como reagir.

Por meio do acordo, CBV e COB se comprometeram a promover um programa educacional voltado a atletas, treinadores e gestores das confederações para a correta utilização das mídias sociais.

Wallace irá cumprir novamente o período de suspensão de 90 dias e foi mantida a suspensão por um ano de convocações ou participações na seleção brasileira.

Além disso, o COB não reconhece a validade do resultado do jogo Minas Tênis e Sada/Cruzeiro em razão da participação de atleta, que deveria estar afastado por determinação do Conselho de Ética.

A CBV terá de financiar o programa de postura ética de atletas nas redes sociais, sob a coordenação do COB. Foram retiradas outras punições à entidade e a Radamés Latari, presidente da CBV.

"A CBV reafirma que não compactua com atos de incitação à violência, conforme manifestado desde o início. O momento é de retomar os valores do esporte como instrumento de união e não como meio de acirrar rivalidades", afirma nota do órgão esportivo. (Folhapress)