Longe dos companheiros, Victor viveu a falsa sensação de solidão de ser goleiro pela última vez na noite deste domingo. Posicionado quase todo tempo um pouco à frente da linha da grande área, viu, a metros de onde estava, os jogadores de linha do Atlético dominarem a URT, que pouco perigo ofereceu. Sozinho - mas apenas fisicamente -, comemorou a estreia no Campeonato Mineiro com vitória por 3 a 0, no Mineirão.


A partir desta segunda-feira, não mais vestirá a camisa número 1 do Atlético - substituída, neste domingo, pela 424, em referência ao número de partidas disputadas pelo clube. Na rodada que vem, verá o ex-adversário e agora amigo Rafael substituí-lo, na partida contra o Tombense, na quinta, às 21h, em Tombos.


As mãos que salvaram tantas e tantas vezes os milhões de torcedores alvinegros - e foram eternizadas no Calçada da Fama do Mineirão - pouco precisam ser acionadas. Victor trabalhou mais com os pés. O direito, que já lhe rendeu críticas, e o esquerdo, que o fez ser “canonizado” na histórica noite de 30 de maio de 2013.


Nesta noite, o ‘Santo’ não precisou de milagres. A ele, sobraram homenagens. Aos 24 minutos, correu em direção aos braços de Diego Tardelli, que atravessou todo o campo para abraçá-lo após marcar pela primeira vez desde que retornou ao Atlético e abrir o placar. O encontro de ídolos, que tantas alegrias proporcionaram à torcida.

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Victor fez, neste domingo, a última partida pelo Atlético 

(Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

 

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Victor recebe abraço de Tardelli, que abriu o placar para o Atlético

 (Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)


Eternizado pelo passado de glórias e títulos, viu o presente e o futuro do Atlético brilharem. Aos quatro minutos da segunda etapa, Calebe, de 20 anos, passou para Marrony - que havia servido Tardelli na etapa inicial - marcar o segundo. Da meta atleticana, Victor partiu ao encontro de Gabriel para festejar.


Depois, sujou o uniforme e fez pose para defender a primeira finalização adversária. No chão, agarrou a cobrança de falta rasteira de Jean Carlos. Em seguida, ainda teve tempo de contribuir com a saída de bola, trocar passes, vibrar com uma bola interceptada pela barreira e o gol de Echaporã, aos 50 minutos.


Aos 51, soou o apito final da épica trajetória de Victor no Atlético (ao menos nos gramados). O fim de uma caminhada de quase nove anos, defesas históricas e sete troféus oficiais: quatro estaduais, o da Copa Libertadores, o da Copa do Brasil e o da Recopa Sul-Americana. No fim, as lágrimas do ídolo e os abraços dos companheiros.


ATLÉTICO 3 X 0 URT


Atlético


Victor; Mariano, Igor Rabello, Gabriel e Dodô (Matheus Lima, aos 31’ do 2ºT); Dylan Borrero, Matías Zaracho (Iago, aos 43' do 2ºT) e Calebe (Júlio César, aos 31’ do 2ºT); Sávio (Echaporã, aos 21’ do 2ºT), Marrony e Diego Tardelli (Felipe, aos 21’ do 2ºT)
Técnico: Lucas Gonçalves


URT


Renan Rinaldi; Kellyton (Bernardo, aos 41' do 2ºT), Donato, Luis Felipe e Ian Barreto; João Paulo e Jean Carlos; João Diogo, Léo Aquino (Romário, aos 7’ do 2ºT) e Yago (Wescley, no intervalo); Mateus Oliveira (Paulo Renê, aos 7’ do 2ºT)
Técnico: Welington Fajardo


Motivo: 1ª rodada do Campeonato Mineiro de 2021
Local: Mineirão, em Belo Horizonte
Data e horário: domingo, 28 de fevereiro de 2021, às 18h15 (de Brasília)


Gols: Diego Tardelli, aos 24’ do 1ºT, Marrony, aos 4’, e Echaporã, aos 50' do 2ºT (ATL)
Cartões amarelos: Marrony e Echaporã (ATL); Matheus Oliveira e João Paulo (URT)


Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro
Assistentes: Celso Luiz da Silva e Leonardo Henrique Pereira