Sebastian Vettel quer responder na pista de Interlagos as acusações de trapaça feitas pelo holandês Max Verstappen, da Red Bull. O piloto alemão evitou, nesta quinta-feira, no palco do GP do Brasil, polemizar as declarações feitas pelo adversário, após o GP dos Estados Unidos, por causa de restrições feitas pela FIA aos motores da equipe italiana.
Depois da prova em Austin, Verstappen declarou que a queda de rendimento da Ferrari, que nem foi ao pódio ao faturou a pole position da corrida norte-americana, se deu ao fim de uma suposta trapaça com os motores, que vinham sendo os melhores do grid após as férias do verão europeu da Fórmula 1."As pessoas falam o que elas querem. Atualmente, não estão pensando muito. Mas eu não tenho o que responder. Não precisamos calar quem suspeita da gente, mas seria muito bom um grande resultado aqui. Acho que se fizermos uma dobradinha vamos silenciar totalmente essas pessoas, mas não é essa nossa meta. Nosso objetivo é apenas vencer as corridas", disse o tetracampeão mundial, em entrevista coletiva.
O piloto alemão não demonstrou nenhum interesse em prolongar a polêmica com Verstappen. "Ninguém da nossa equipe levou para o lado pessoal, mesmo que eu tenha achado que não foi algo profissional. A melhor forma de responder é voltar ao normal. Acho que a equipe merece que terminemos o ano com grandes corridas."
Vettel prevê equilíbrio entre as três principais equipes do grid - Mercedes, Ferrari e Red Bull - no penúltimo GP do ano. "Difícil falar em quem é melhor aqui, mas acho que temos um carro muito eficiente. Temos menos downforce que Mercedes e Red Bull, acho que eles podem criar turbulência maior, mas é isso, não sei dizer qual o pacote é melhor, ou mesmo o motor. Eu sei da nossa capacidade, não sei das outras fabricantes. Nos últimos cinco anos, a Mercedes foi o melhor motor, tomara que a gente possa ter pelos próximos cinco campeonatos."
O alemão também comentou as mudanças que serão feitas na Fórmula 1 para 2030 com relação a neutralização da emissão de carbono e sustentabilidade, garantindo aprová-la. "Grande mensagem e é importante ver quem decide querer mudar. É um alvo ambicioso, mas penso que pode ser feito. Definitivamente a F-1 está indo na direção certa, é legal ver isso no esporte que amamos. Pessoas podem criticar, mas penso no geral que precisamos focar no que podemos mudar."
Além disso, lembrou da vitória de Ayrton Senna, em 1991, um dos temas levantados em Interlagos por causa dos 25 anos da morte do lendário piloto brasileiro. "Lembro dele exausto na corrida (de 1991, quando ganhou só com a sexta marcha), lembro das imagens na TV. Meu pai era muito fã, e as influências dos pais ajudam nisso. Ele é provavelmente a primeira figura com a qual relacionei a Fórmula 1. Senna possui um dos maiores legados. Infelizmente não tive a chance de dividir momentos, mas tenho a chance de viver memórias com pessoas próximas a ele. Senna é incrível e especial para nós. Foi um grande na minha infância, o nome Senna estará sempre presente."