Vice-presidente executivo financeiro pede demissão por discordar da atuação da nova diretoria celeste

O Cruzeiro perdeu um importante membro de sua diretoria. Vice-presidente executivo financeiro do clube celeste, Divino Alves de Lima, 60, decidiu deixar seu cargo no time menos de três meses após assumir. Apesar de ele ter feito o comunicado apenas internamente, na última quarta-feira (14), sua “carta de despedida” acabou vazando nas redes sociais.

Os bastidores em torno da contração do atacante Fred pelo Cruzeiro teriam motivado a saída de Divino. Segundo fontes ouvidas pela reportagem do SUPER FC, que pediram para não serem identificadas, o vice-presidente executivo financeiro do clube pediu demissão na quarta-feira (14) por não concordar com valores que foram acertados na contratação do ex-atleticano.

No documento, Divino deixou claro sua frustração com o trabalho que vem sendo feito pela atual diretoria da Raposa. “Desligo-me hoje (quarta-feira) do Cruzeiro Esporte Clube com a frustração de não ter podido contribuir mais com a recuperação do nosso quase centenário clube. Não tive a habilidade necessária para conviver com o contraditório pelo meu excesso de transparência, contundência e retidão!”, diz parte da carta.

Conselheiros ouvidos pela reportagem disseram que o motivo da saída de Lima tem a ver com valores que teriam sido negligenciados pelo diretor de futebol Itair Machado. Segundo essa fonte, Fred custaria aos cofres do Cruzeiro, em 36 meses, cerca de R$ 83 milhões, sendo R$ 43, 2 milhões em salários, R$ 30 milhões em luvas (R$ 10 milhões por ano), além da multa devida ao Atlético, de R$ 10 milhões, que o time celeste pode ter que arcar após a discussão que vem sendo feita na Câmara Nacional de Resoluções de Disputas (CNRD) da CBF.

Ao ser comunicado do valor das luvas, o que não tinha sido revelado anteriormente, o ex-vice-presidente teria se irritado e decido não continuar na equipe. Segundo a fonte ouvida pela reportagem, as luvas acertadas com Fred seriam pagas em cinco vezes de R$ 2 milhões. Mas, nesta semana, houve um acerto que mudou o plano de pagamento, passando para dez vezes de R$ 1 milhão.

No cargo desde janeiro, quando teve início o mandato do presidente Wagner Pires de Sá, Divino é ex-bancário, onde trabalhou por quase 40 anos com mercado financeiro. A reportagem tentou insistentemente entrar em contato com Divino, com o presidente Wagner Pires e com o vice-presidente de futebol, Itair Machado, para esclarecer os fatos, mas nenhum deles atendeu as ligações.