Bancado pela Federação Mineira de Futebol, o VAR, entretanto, não é totalmente gratuito aos quatro clubes envolvidos na utilização – Atlético, América, Cruzeiro e Boa. O fato é que, na opinião da comissão de arbitragem da FMF, o VAR é um “avião” que “veio pra ficar”.
Porém, a capacidade de o árbitro que comanda o espetáculo poder rever decisões após consulta aos lances envolvidos via imagens de TV não elimina o risco dos equívocos. Giulliano Bozzano, presidente da arbitragem mineira há cinco anos, reconhece isso. Mas afirma com tranquilidade: “O VAR é uma ferramenta irreversível no futebol”, disse, em entrevista ao Super FC.
A cabine fechada com três árbitros operando o software do VAR e em comunicação direta com o dono do apito em campo é comparada por Bozzano como a pilotagem de um avião: “algo com bastante tecnologia, que precisa de alguém com competência para operar”.
O VAR volta neste fim de semana para Atlético e Boa Esporte no domingo, e Cruzeiro x América amanhã, ambos no Mineirão. A FMF paga cerca de R$ 40 mil por jogo para a instalação da estrutura do árbitro de vídeo. Um custo total de R$ 240 mil. Valor baixo para quem arrecada, de forma fixa, 10% da renda bruta dos jogos dos times da capital. Entretanto, os clubes não estão totalmente isentos do custo.
A utilização do árbitro de vídeo aumenta a equipe de arbitragem. Tradicionalmente, na primeira fase do Estadual, são escalados cinco profissionais – árbitro principal, dois assistentes, um quarto árbitro e um observador. O custo varia entre R$ 6 mil e R$ 10 mil. Nas quartas de final, foram inclusos os árbitros adicionais (aqueles que ficam atrás do gol), além de um quinto árbitro, aumentando o custo para R$ 15 mil – valor máximo observado nos borderôs da FMF.
Entretanto, nesta primeira experiência do VAR, nos jogos entre Boa e Atlético e América e Cruzeiro, a taxa de arbitragem foi para R$ 23 mil e R$ 27 mil, respectivamente, sem levar em conta a taxa de INSS (20%) e o seguro arbitragem cobrados. O árbitro de vídeo demanda o trabalho de quatro profissionais – árbitro de vídeo, assistente, supervisor e quality manager, além da figura do inspetor, que foi o próprio presidente de arbitragem nos dois jogos.
“Com o VAR, não há essa necessidade de usar os árbitros adicionais atrás dos gols. O custo aumenta um pouco, mas nada significativo. Para a magnitude do futebol mineiro, o custo do VAR é absorvível para os clubes”, completou o ex-árbitro Giulliano Bozano.