Em jogo crucial para a preparação mental do time, técnico testa Fernandinho e busca esquecer o vexame
Berlim, Alemanha. O técnico Tite vai adotar um estilo de jogo mais cauteloso na formação da equipe brasileira que enfrentará a Alemanha no primeiro jogo após o fatídico 7 a 1 da semifinal da Copa do Mundo de 2014, na próxima terça-feira.
O volante Fernandinho, que estava em campo na derrota no Mineirão, vai entrar no time. Com isso, desloca o meia Philippe Coutinho do centro para a esquerda, à custa da vaga do atacante Douglas Costa.
A mudança é necessária pelas características do amistoso: apesar de estar poupando vários jogadores importantes como Müller e Özil, a Alemanha é a líder do ranking da Fifa e fez um amistoso com gosto de jogo de Copa contra a Espanha na última sexta.
Há fatores de outra ordem. Embora Tite e jogadores repitam desde Moscou o discurso de que o 7 a 1 é passado, o técnico já deixou claro que psicologicamente a importância do jogo é evidente.
Para o setor defensivo, a mudança foi bem vista. “A entrada do Fernandinho dá um pouco mais de força” para a defesa, diz o zagueiro Miranda, escalado para falar em entrevista após o treino realizado na tarde deste domingo (25) em um estádio nos arredores de Berlim.
“Com certeza vai ser um grande duelo, é uma equipe bastante dinâmica. Aquilo lá (o 7 a 1) ficou para a história, hoje a seleção está muito mais bem preparada. A gente martela muito isso porque não é normal o que aconteceu, mas nós queremos escrever uma nova história. Temos de demonstrar nosso valor, é um grande duelo, mas isso não vai mudar nosso trabalho (até a Copa)”, disse o jogador.
Sobre a presença de Fernandinho, egresso do 7 a 1, no time, Miranda ressaltou que não falou com ele sobre o assunto, mas que “encararia como uma oportunidade de fazer uma nova história”.
Adversário
Ponto de vista alemão. Os jogadores da seleção da Alemanha deixam claro: a partida não tem qualquer relação com os 7 a 1 e não há nada que possa fazer com que o amistoso se compare àquela semifinal da Copa do Mundo de 2014. Mas eles admitem que, quatro anos depois, o Brasil está menos dependente de Neymar. O astro do Paris Saint-Germain não jogou naquela partida em 2014 e, uma vez mais, ficará de fora do confronto contra a Alemanha. “Acredito que o Brasil não depende mais de Neymar”, disse Leroy Sané, jovem astro do Manchester City e novidade do time alemão para terça. “Eles não precisam tanto (de Neymar) como em 2014. Estão mais compactos. A equipe está mais forte e todos aprenderam. Sem Neymar, eles têm um time forte e muitas opções”, afirmou.