CRIME

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, disse neste domingo (28) que houve um episódio de racismo no auditório da entidade, por ocasião da convocação da seleção brasileira. Ednaldo optou por não detalhar o fato, mas foi enfático.

"É um crime. Um crime que constrange. As pessoas quando não são fortes ou não têm a vivência de resistir... Porque eu resisto. Comecei a sofrer racismo desde oito anos de idade. A gente sofre em qualquer momento.

Aqui dentro teve. Aqui dentro do auditório hoje teve racismo. Então, há situações. Junto com o jurídico da CBF vamos ver o que é possível para colocar de forma pública no site oficial da entidade aqueles racistas, para eles não ficarem no meio de pessoas de bem, que estão pregando o combate ao racismo. E eles praticando", disse o presidente da CBF.

O UOL consultou a CBF em seguida para saber se o dirigente teria algo a acrescentar a respeito da descrição do episódio. A entidade reforçou que "vai se posicionar em um momento adequado. Sempre seguindo o caminho jurídico".

Na convocação da seleção, a envelopagem do auditório da CBF estava diferente, aderindo à campanha contra o racismo feita pela entidade e reforçada após os episódios na Espanha ocorridos contra Vini Jr, do Real Madrid. Na bancada em que o técnico Ramon Menezes anunciou a lista, havia a frase: "Com racismo não tem jogo".

O QUE MAIS EDNALDO DISSE

"Tem racista em todo o tempo. A gente vai estar sempre de frente para falar e não nos amedrontarmos. Quando questionaram que o amistoso seria na Espanha, já estávamos há 60 dias tratando do jogo na Espanha. E quando acontece racismo, quem sofre não vai para baixo da cama com medo. Ele vai ter que enfrentar. Enfrentar o racista dentro do seu reduto é o melhor que pode ser para passar a mensagem com vigor para todo mundo".

COMBATE

"A gente tem que repetir esse "não". O racista não diz que é racista. Ele no máximo diz que não foi isso, pega amigos para dizer que não foi. Mas tem muitos, em todo o canto do mundo, da sociedade. Tem no futebol, na imprensa, nos bancos, na polícia, em todo canto. A pessoa não vai deixar se abater por questões de racismo. Tem que deixar o racista abatido. Porque é ele que está cometendo um crime".

CAMPANHA ATUAL

"Essa campanha é para todos, o Vini Jr está sendo de uma forma contumaz lá na Espanha, isso não é de hoje, estamos falando há mais de um ano, acionamos os mesmos personagens que acionamos dessa vez: Uefa, Conmebol, Federação Espanhola. E se tiver que repetir mais vezes vamos repetir quantas vezes forem necessárias". (Igor Siqueira/Folhapress)