O atual acordo de exclusividade do Cruzeiro com a Minas Arena para atuar no Mineirão, em Belo Horizonte, encerra-se no fim desta temporada. As partes já conversam para ampliá-lo e, de acordo com a assessoria do estádio, a Raposa tenta ajustar uma questão específica para que o novo vínculo seja mais vantajoso em termos financeiros.

Atualmente, o Cruzeiro arca com custos operacionais (referentes aos gastos do estádio, como segurança, limpeza e mais) e outros (incluindo taxas de federação, impostos, entre outros) e comercializa todos os ingressos do Mineirão, inclusive os dos setores roxo inferior e vermelho inferior, de posse da Minas Arena. Em troca, o clube dá à concessionária 15% do lucro dos confrontos.

De acordo com o Gigante da Pampulha, a Raposa almeja reduzir a quantia gasta com a operação do estádio para assinar um novo contrato – a maneira para enxugar as despesas ainda está sendo discutida entre as partes. “O Mineirão precisa do Cruzeiro, talvez até mais do que o contrário”, declarou Thiago Nogueira, assessor do estádio, ao No Ataque.

Agrada ao Mineirão um vínculo que vá até o fim da concessão. A Minas Arena, consórcio formado pelas empresas Construcap, Egesa e HAP, venceu o processo de licitação do estádio em 2010. O contrato com o Governo de Minas Gerais se estende até 2037, com possibilidade de ampliação por mais 10 anos.

Ganhos do Mineirão e do Cruzeiro em 2024
Em 2024, o Cruzeiro mandou 26 confrontos no Mineirão – um sem público, na derrota por 2 a 1 para o Palmeiras, pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro. Segundo a Minas Arena, a arrecadação bruta foi de R$ 47 milhões.

O Cruzeiro embolsou líquido 46,99% (cerca de R$ 22 milhões). O Mineirão, por sua vez, ficou com 14,92% (um pouco menos de R$ 7 milhões). Ainda de acordo com a empresa, 22,5% (aproximadamente R$ 10, 5 milhões) equivale a despesas operacionais, enquanto 15% (algo em torno de R$ 7 milhões) se referem a outros custos que não do Mineirão.

Custos operacionais
Nos custos operacionais referentes aos jogos no Mineirão, estão inclusos manutenção de gramado, segurança privada, adubo, inseticida, locação de rádio, refeições, limpeza, elevadores, energia elétrica, brigadistas, gradeamento, energia elétrica, gradeamento, entre outros.

Para determinar os prestadores de serviços, explicou o Mineirão, o estádio faz uma tomada de preços, e o Cruzeiro participa, podendo indicar e sugerir empresas, desde que estejam em conformidade com os requisitos. Quanto mais torcedores, menor é o custo, já que é diluído – com cerca de 50 mil pessoas, por exemplo, o valor de cada fã fica em torno de R$ 8, e aumenta a medida que o público cai.

A assessoria do estádio detalhou que algumas questões podem ser pensadas para a redução. Diminuir os gastos com segurança privada e priorizar a presença de policiais é uma opção – mas isso necessita de conversas com o Governo de Minas Gerais. Investir menos em gradeamento é outra alternativa.

Um fator que chama a atenção é a setorização do do Gigante da Pampulha. Quanto menor a diferença entre o público estimado e o público pagante, melhor vai ser o resultado financeiro.