Após ganhar o primeiro set com certa facilidade, o Sada Cruzeiro sofreu a virada do tetracampeão mundial Trentino.
A derrota na estreia do Mundial de clubes, sofrida pelo Sada Cruzeiro, fez o ar de decisão ser ainda maior para o confronto desta quarta-feira, contra o Trentino-ITA. A ordem era vencer para aumentar as chances de classificação e não ficar pelo caminho na cidade de Resovia (POL), que recebe os jogos do grupo B.
Nunca na história do torneio o time celeste havia se despedido na primeira fase e não seria sem muita luta que a equipe do técnico Marcelo Mendez iria enfrentar os favoritos da chave, que já haviam vencido na estreia.
Depois de um começo irretocável, com precisão no saque e tendo a defesa jogando tudo pra cima, o Cruzeiro tomou a virada e não conseguiu mostrar poder de reação suficiente para evitar nova derrota.
A chance de fazer um 2 a 0 na partida foi desperdiçada e acabou sendo a deixa para os europeus crescerem e tomarem conta do duelo, jogando uma pressão-extra para os mineiros, que caíram por 3 a 1 (17/25, 28/26, 25/23 e 27/25). "Desperdiçamos a chance e ali o time sentiu e não continuou a jogar como antes. Voltamos a ter altos e baixos que foram fatais", lamenta o capitão Filipe.
O ponta norte-americano Russell foi um dos destaque do time de Trento, sempre respondendo bem aos chamados de Giannelli. Foram 24 pontos no jogo, ficando atrás somente de Evandro, com 25.
O revés complica a situação do time no campeonato. Em caso de vitória do Resovia sobre o Khatam Ardakan, do Irã, no jogo de fundo, chegarão ao fim as chances celestes na competição, deixando para trás o caminho até Częstochowa, sede da fase final, a partir de sábado.
Nesta quinta-feira, às 14h30 (horário de Brasília), o Cruzeiro encara o Khatam Ardakan em jogo que pode servir somente para cumprir tabela.
Bom começo antes de queda na sequência
Melhor começo não poderia ter aparecido para o Sada Cruzeiro. Conseguindo segurar os fortes saques que vinham do outro lado, as trocas de pontos aconteciam, sempre com os celestes com vantagem mínima. Foi quando o contra-ataque e o bloqueio encaixaram que uma boa diferença no 16 a 10 foi aberta. Evandro era a principal opção ofensiva, tendo ótimo aproveitamento nas viradas e sendo importante válcula de escape para o time sair na frente.
No segundo set, o bom ritmo foi mantido, mesmo diante de um Trentino errando menos e com melhor aproveitamento ofensivo.
O saque brasileiro entrava bem e dava trabalho para a recepção adversária. As viradas de bola do time azul seguiam em dia para fazer uma importante vantagem ser aberta, como nos 14 a 10.
O bloqueio seguiu firme para ir bem em momentos decisivos, como quando os italianos diminuíram a vantagem azul para apenas um ponto após 20 anotações para cada lado. Em uma etapa que foi além dos 25 pontos, o Trentino conseguiu o empate premiado com uma atuação bem superior a do primeiro set.
Na terceira parcial, o Trentino mostrou ter aprendido a lição das etapas anteriores e não permitiu que os cruzeirenses começassem na frente. A queda na recepção e saque do time do Barro Preto deixou os italianos mais à vontade. No 16 a 12, as dificuldades aumentaram para os brasileiros, que viram seu ritmo de ataque e defesa também sofrer queda. Na reta final, a reação buscada pelo Cruzeiro foi insuficiente antes da virada italiana ser confirmada.
O quarto set poderia ser o mais importante para o time celeste neste Mundial. Seria necessário vencer para seguir vivo. Conseguindo voltar a jogar de forma mais consistente, o Cruzeiro não deixou o Trentino abrir larga vantagem e a troca de pontos foi uma constante até os instantes finais. A virada azul veio no 23 a 22, reacendo as esperanças de classificação. Em nova parcial definida após os 25 pontos, os detalhes fizeram a direrença a favor dos italianos para castigo e decepção dos cruzeirense.