Lisca, do América, e Cuca, do Atlético, voltaram a se encontrar no Mineirão, neste sábado, véspera do duelo de ida da decisão do Estadual. Em evento promovido pela Federação Mineira de Futebol, os treinadores responderam questionamentos enviados por jornalistas. Juninho e Réver, capitães de Coelho e Galo, respectivamente, também participaram do encontro.

Durante a entrevista, Lisca rasgou elogios a Cuca em mais de uma oportunidade. “Muita variação tática, tipos de marcação diferente que ele usa também. Algumas vezes mais individualizado, algumas vezes mais setorial”, disse o técnico do Coelho, que mostrou bom humor. "Acho que eles podem ceder esse título que não vai fazer falta para eles e eles ganham a Libertadores", brincou.

Em um momento mais sério, Lisca garantiu que sua equipe tirou lições da derrota por 3 a 1 na 7ª rodada da primeira fase do Estadual. “São boas lições, né!? São jogos diferentes, momentos diferentes. Aquele jogo era numa fase classificatória. O clima e o ambiente do jogo são bem diferentes em dois jogos finais e decisivos”, analisou. "Tiramos boas lições daquela partida. Espero que a gente consiga colocar em prática amanhã", completou.   

A final do Campeonato Mineiro será disputada em duelos de ida e volta. O primeiro jogo está marcado para as 16h deste domingo, no Gigante da Pampulha. Por ter feito melhor campanha na primeira fase, o Atlético joga por dois empates ou uma vitória e uma derrota pela mesma diferença de gols.

Veja, nos tópicos abaixo, as declarações de Lisca na entrevista deste sábado:

Lições após derrota na primeira fase

São boas lições, né!? São jogos diferentes, momentos diferentes. Aquele jogo era numa fase classificatória. E clima e o ambiente do jogo é bem diferente em dois jogos finais e decisivos, né? A vantagem é do Atlético e é uma vantagem bem considerável. Nesse primeiro jogo é importante não deixar que eles ampliem essa vantagem para nós chegarmos no último jogo, no derradeiro jogo com boas chances. E eles vão ter o objetivo ao contrário, né!? Tentar ampliar ou até definir já com um placar bom dentro do primeiro jogo. Já fizeram isso contra o Tombense. No ano passado eles usaram essa estratégia também. 

A gente já vem jogando contra o Atlético desde o ano passado que o técnico não era o Cuca, era o Sampaoli. Mas o Cuca já estava acostumado a pegar time que o Sampaoli treinou. No Santos ele fez, e fez muito bem isso. E aqui tem feito e feito muito bem também, acrescentando várias situações que ele gosta. Usando em algumas situações, principalmente a nível de construção de jogo, o Atlético é muito forte. A gente sempre tentou pressionar demais o Atlético. Talvez a gente use uma estratégia um pouco diferente para essa partida. Vamos ver, né!? Vamos ver nessa disputa tática. Na verdade, o Cuca sabe que é quase um jogo de xadrez, né!? É um tentando impor sua definição tática em cima do outro. Vamos ver quem vai conseguir ter essa vantagem. A gente sabe que é um jogo dificílimo, um adversário muito qualificado, mas temos as nossas pretensões também. Tiramos boas lições daquela partida. Espero que a gente consiga colocar em prática amanhã.

A final contra o Atlético

É um prazer estar aqui representando o América nesta grande final. É um orgulho muito grande para nós, os profissionais, fazer a final contra o Atlético, do Cuca, do Rever, que são amigos. E são profissionais de alto nível. O Atlético hoje é um clube de primeiro nível, não só estadual, não só nacional, mas mundial. Então, o América poder confrontar esse alto nível para nós é muito importante nesse processo de crescimento. 

Semana pré-clássico

Uma semana de bastante estudo e bastante observação. Olhar o Atlético jogar na quinta-feira, olhar outros jogos. Tem muito jogos também, né!? Do futebol europeu. Nós estamos trabalhando mais pela manhã. E a ansiedade a gente vai trabalhando pela experiência, tranquilizando as meninas lá em casa também. Elas gostam muito do Atlético, do Cuca. É uma referência para mim e para elas também. A gente conheceu a filha do Cuca lá no Paraná. Eu trabalhei no Paraná. Ela era repórter lá. Então tem essa história toda de família, né!? E a gente está bem feliz, claro, aquela ansiedade boa, de querer jogar, de estar preparado para o jogo. Mas tranquilo porque o trabalho está sendo bem feito. 

Participação na final depois da suspensão contra o Cruzeiro

Vai muito por isso, né!? Pela participação direta no jogo, o recado já chega mais direto. Claro que quando você fica em cima, você não pode se comunicar direto, né? Mas temos outros auxiliares que podem, né? Então isso a gente também usa. Mas é muito importante para o treinador estar aqui, ainda mais numa final. Numa final contra o Atlético. 

Elogios a Cuca

Agradecer os elogios do Cuca. E dizer que o Cuca hoje é uma referência para todos nós treinadores brasileiros que estamos começando. Já tenho um bom tempo de carreira, mas chegando nesse nível de desfrutar desses jogos com o nível dele. É muito legal para mim como profissional, né? Cuca eu conheço desde quando foi jogador, né? 

No Grêmio! Goleador, campeão da primeira Copa do Brasil. Eu estava no estádio, por acaso. Aquele time com Assis, Mazarópi. Cuca começou, acho que lá no Rio Grande do Sul, se não me engano o primeiro time foi o Santa Cruz. E eu o vi falando numa entrevista que tem dois times que, se você treinar, está pronto. É o Brasil de Pelotas, que eu também treinei, e concordo por causa do Vanderlei, que é o chefe da torcida organizada. E o Remo, que os caras vaiam o time no coletivo. 

Estilo de Cuca

Experiência! É uma referência para todos nós profissionais da nova geração do futebol brasileiro. Como jogador também vencedor, muito rodado. Muita variação tática, tipos de marcação diferente que ele usa também. Algumas vezes mais individualizado, algumas vezes mais setorial. Algumas vezes individualiza dentro do setor. Muita rodagem de jogador também que ele tem esse privilégio de ter um plantel muito forte como o Atlético. Troca sem perder o nível. 

Muitas vezes até melhora, pela condição de um jogador e do outro. Então acho que é isso, um cara muito tático também. As pessoas não se dão muito conta disso, mas o Cuca tem muitas variações. Desde que ele começou, acompanho ele desde o início da carreira dele. E um cara muito bem-informado e analista também do adversário por tudo que ele colou aqui. Claro que nós também temos as nossas análises e variações do Atlético. Brevemente aqui, em um minuto, ele colocou vários pontos do time do América.

Brincadeira com Cuca e Réver

O Cuca nós já falamos é um treinador super vitorioso e conquistador de vários campeonatos, de vários locais, Na China também, no mundo já, né!? Eu tenho certeza que ele tem a mesma fome do primeiro título e vai vir com tudo para buscar o crescimento ainda maior na carreira dele, no currículo dele. 

Foi uma brincadeira pela intimidade que eu tenho com o Cuca, com o Réver, porque nos últimos anos eu tenho sido muito vice-campeão. Fui vice-campeão gaúcho duas vezes, fui vice-campeão pernambucano e vice cearense. Ganhei a segunda divisão do Gauchão, isso eu ganhei. E é difícil para caramba, né!? E com o Porto Alegre, o time do Ronaldinho e do Assis, em 2009. Foi campeão da Copa da Copa Federação pelo Juventude. Mas nos últimos anos tenho batido muito como vice, né? 

Então eu faço um apelo não só ao Cuca, mas ao Réver e a todos os amigos do Atlético também. Ontem eu saí na rua e o torcedor do Atlético me abordou muito, sabe? ‘Legal que vocês estão na final com a gente. A gente não se importa de não perder para vocês, a gente não podia era perder para o Cruzeiro’. Vários falaram isso para mim, né!? Então, eu transporto esse sentimento do torcedor do Atlético para os dois aqui. Realmente a rivalidade maior aqui é Atlético e Cruzeiro, né!? E a final é Atlético e América, então acho que eles podem ceder esse título que não vai fazer falta para eles e eles ganham a Libertadores. A gente faz essa combinação agora.