SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Dois árbitros de boxe dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, Alisher Altayev e Yermek Suiyenish, ambos do Cazaquistão, foram afastados por suspeita de corrupção, segundo o jornal britânico The Times. Eles participaram de cerca de 50 lutas, incluindo quatro com brasileiros. Um dos confrontos foi a semifinal de Bia Ferreira contra a irlandesa Kellie Harington, arbitrada por Suiyenish, na qual a brasileira foi derrotada.

Altayev arbitrou sete lutas e julgou 25, enquanto Suiyenish esteve em 21 lutas durante as Olimpíadas. Ambos foram afastados no dia 4 de agosto, um dia após a luta entre Bia e Harrington.

Antes das Olimpíadas, o COI (Comitê Olímpico Internacional) recebeu um relatório indicando Altayev como "alto risco" para corrupção, enquanto Suiyenish foi classificado como "risco médio". Mas, mesmo assim, ambos foram aceitos para arbitrar nos Jogos.

Suiyenish foi responsável pela arbitragem da luta entre Beatriz Ferreira e a irlandesa Kellie Harrington, que conquistou o bicampeonato olímpico. Na categoria até 60 kg, Bia perdeu uma vaga na final ao ser derrotada por Kellie, mas a brasileira já tinha o terceiro lugar garantido por ser semifinalista e ficou com o bronze.

Altayev, por sua vez, esteve presente na estreia de Wanderley Pereira contra o haitiano Cedrick Belony-Duliepre na categoria até 80kg. Na ocasião, o brasileiro venceu por decisão unânime. No dia em que foi afastado, o cazaque também arbitrou a luta de Jucielen Romeu contra a turca Esra Yldiz pelas quartas de final da categoria até 57kg, em que a brasileira acabou derrotada.

Vale destacar que o boxe vive um momento turbulento no Movimento Olímpico. Com a IBA (Associação Internacional de Boxe) suspensa pelo COI, coube ao próprio comitê a organização da competição de boxe olímpica.