CAMPEONATO MINEIRO

A hegemonia persiste em Minas Gerais! Mais de 40 anos após o primeiro feito, o Atlético voltou a fazer história no estado e, na tarde deste sábado (15/3), conquistou seu segundo hexa no Campeonato Mineiro. O título de 2025 foi confirmado mesmo após derrota para o rival América, por 1 a 0, no Mineirão, em Belo Horizonte. O gol do duelo foi marcado pelo centroavante Jonathas, já na reta final do segundo tempo.

 Como já havia vencido o primeiro confronto da final, por 4 a 0, também no Gigante da Pampulha, o Atlético ficou com a taça sem grandes dificuldades. Para ser campeão, o América precisava vencer o segundo duelo por cinco gols de diferença – ou por quatro para forçar uma disputa por pênaltis.

O Galo repete feito da geração do ex-atacante Reinaldo, ídolo histórico do clube. Entre 1978 e 1983, ele liderou outras seis conquistas do Campeonato Mineiro em sequência com a camisa preta e branca.

América e Atlético agora concentram atenções para as respectivas estreias no Campeonato Brasileiro. O Coelho inicia a jornada na Série B em compromisso contra o Botafogo-SP no Independência, em Belo Horizonte, na semana de 4 de abril – a data e o horário exatos ainda serão confirmados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

No sábado anterior (29/3), às 18h30, o Galo terá pontapé inicial na Série A em embate contra o Grêmio. O confronto será disputado na Arena do Grêmio, em Porto Alegre.

América x Atlético: o jogo

Mesmo com expressiva vantagem no placar, o Atlético deu indício da postura que adotaria em campo logo no primeiro minuto da finalíssima, com jogada ensaiada agressiva que terminou com cruzamento perigoso de Guilherme Arana. O América era quem ficava com a bola por mais tempo, ainda que sofresse com a combatitividade do Galo nos duelos individuais e a velocidade do rival nos contra-ataques.

 Com o decorrer dos minutos, o time de Cuca passou a conservar a posse. A ideia ofensiva passava principalmente por associações e triangulações pelo lado esquerdo, com Arana, Rubens e Cuello.

 Quando tinha a bola, o América demonstrava coragem e buscava construir com passes curtos desde a defesa. Sob forte marcação do Atlético, no entanto, o Coelho tinha dificuldades para levar a posse a zonas mais avançadas do campo. As principais iniciativas do time de William Batista partiam da individualidade de Fabinho pelo lado direito.

 Protagonista no confronto, o Galo tinha a liberdade característica para se movimentar, especialmente no setor ofensivo. Como de costume, o argentino Tomás Cuello era quem mais usufruía dessa possibilidade, buscando jogo por dentro e também pelos dois lados do campo.

 O duelo teve certa dose de morosidade em determinados momentos do primeiro tempo, com trocas de passes “despretensiosas” por parte do Atlético e sem pressão agressiva do América. Antes do apito fiinal, o Galo ameaçaria com chute de média distância de Rony, que passou “tirando tinta” da trave direita de Jori. Ainda houve tempo para que Alonso fizesse corte providencial em chute perigoso de Jonathas.

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Cuello e Mariano durante América x Atlético

(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA.Press)
Segundo tempo


O Atlético deu início à etapa complementar em busca do gol. Acionado na área adversária com liberdade, Arana teve grande chance de marcar após bom passe de Cuello logo nos instantes iniciais, mas chutou por cima do travessão.

 O começo do segundo tempo teve direito a pequeno entrevero entre Cuello e alguns jogadores do América após falta em Lyanco no meio-campo. O argentino chegou a ser agarrado por Ricardo Silva pela gola da camisa e trocou empurrões. Nas arquibancadas, a torcida do Galo respondeu com provocação: “É campeão!”.

 Chamava atenção a inquietação do técnico Cuca à beira do gramado. Mesmo com a proximidade de comemorar o hexacampeonato, o treinador paranaense exigia mais intensidade do Atlético e cobrava do time com gestos efusivos.

 O jogo era mais aberto na etapa complementar, com alternâncias constantes no domínio da posse e transições em velocidade por parte de Coelho e Galo. O América chegou a ameaçar com chute perigoso de longa distância de Adyson, rente ao ângulo direito de Everson.

 Aos 31 minutos, um erro na saída de bola botou “água no chope” do Atlético. Jonathas foi acionado na entrada da área por Elizari com liberdade, teve calma para girar e finalizar colocado, com categoria, estufando as redes de Everson: 1 a 0 para o América.

 Após o tento, o Coelho esboçou pressão no Gigante da Pampulha, mas foi contido pela defesa alvinegra. Aos 40 minutos, Rony desperdiçou grande oportunidade de igualar o placar em contra-ataque ao não tocar para Deyverson e escolher a finalização – defendida por Jori sem dificuldades.

 Na reta final do confronto, a festa da torcida do Galo ficou por conta da entrada de Hulk. O maior ídolo da atual geração do clube foi amplamente ovacionado pelos alvinegros no Mineirão.

 Ainda houve tempo para que Guilherme Arana e Adyson fossem expulsos. Os dois trocaram empurrões após disputa de bola, já nos acréscimos.

 No fim das contas, o América demonstrou valentia e deu fim à invencibilidade do Atlético na temporada. O feito do Coelho, de toda forma, não apagou o brilhantismo do Galo na conquista do histórico hexacampeonato estadual.

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Atlético chegou ao sexto título consecutivo do Mineiro

(foto: Alexandre Guzanshe/EM D.A Press)

AMÉRICA 1 x 0 ATLÉTICO

América:Jori; Mariano, Ricardo Silva, Lucão e Marlon; Kauã Diniz (Jhosefer, aos 32min do 2ºT), Miqueias (Felipe Amaral, aos 22min do 2ºT) e Yago Santos (Fer Elizari, aos 14min do 2ºT); Figueiredo (David Lopes, aos 22min do 2ºT), Fabinho (Adyson, aos 22min do 2ºT) e Jonathas

Técnico: William Batista

Atlético:Everson; Natanael, Lyanco, Junior Alonso e Guilherme Arana; Alan Franco, Gabriel Menino (Patrick, aos 29min do 2ºT), Gustavo Scarpa (Igor Gomes, aos 35min do 2ºT) e Rubens (Bernard, aos 29min do 2ºT); Cuello (Deyverson, aos 35min do 2ºT) e Rony (Hulk, aos 44min do 2ºT)

Técnico: Cuca

Motivo: segundo jogo da final do Campeonato Mineiro

Data: 15/3/2025

Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte

Árbitro: Davi de Oliveira Lacerda (ES)

Assistentes: Eduardo Gonçalves da Cruz (MS) e Thiago Henrique Neto Corrêa Farinha (RJ)

VAR: Rafael Traci (PR)

Gols: Jonathas (América, aos 31min do 2ºT)

Cartões amarelos: Kauã Diniz, Figueiredo (América); Lyanco (Atlético)
Público: 42.206

Renda: R$ 4.444.355,00

Cartões vermelhos: Adyson (América) e Arana (Atlético)