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Gol no DNA: filho de Marinho, ex-Atlético, Marcus Molinari segue passos do pai no Tupi

14/02/2019 00h00 - Atualizado em 21/03/2019 12h42 por Admin


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Frederico Ribeiro
Hoje em Dia - Belo Horizonte

O América ficou de olho, um clube da Suíça quis levar. Mas a primeira experiência em time principal do jovem atacante Marcus Vinícius Molinari foi no mesmo Tupi que, há 16 anos, abrigava o futebol do pai artilheiro. A vocação para fazer gol foi herdada geneticamente. Após artilharia no Sub-20, Marcus soma três gols em quatro jogos no Estadual e é um alento num Tupi que briga pra não cair e enfrentará o Atlético nesta próxima rodada. Algo pra fazer Marinho sorrir de orelha a orelha.

Marcus é o filho mais velho de Mairon César Reis, ex-atacante com passagens por Tupi, Ipatinga e campeão da Série B pelo Atlético, e que hoje está perto do 40º aniversário. Marinho fez carreira no futebol mineiro, foi campeão estadual duas vezes, a primeira pelo Ipatinga, depois pelo clube do coração, o Atlético. No Galo, venceu a Série B 2006 com destaque para os 17 gols da campanha - um deles o do título diante do Ceará, no Castelão. Quem estava no banco? Levir Culpi, atual comandante do clube alvinegro.

Quando Marinho jogou no Tupi, Marcus tinha apenas cinco anos e o jogador chegou quando Fred despontava no Cruzeiro. Hoje, o camisa 9 da Raposa é um dos artilheiros que Marcus Molinari mira no Estadual. Ele fez três gols, e é um dos postulantes a vice-goleador do Estadual, com o mesmo número de Ademilson (Tupynambás), Gustavo (Boa), Junior Viçosa (América) e Raniel (Cruzeiro). Todos atrás dos 4 de Fred e 5 de Ricardo Oliveira.

Marinho, em desembarque após vencer a Série B pelo Atlético, ao lado dos filhos Marcus e Anna

Marinho, em desembarque após vencer a Série B pelo Atlético, ao lado dos filhos Marcus e Anna

Mas agora precisa ter paciência e perseverança. O caminho das redes é tortuoso, e Marcus Molinari foi acometido por uma torção no tornozelo na derrota para o Santa Cruz-RN pela Copa do Brasil. Algo que deve deixá-lo afastado por algumas semanas. Nada que interrompe o sonho da dupla de jogar em um grande clube do Brasil, da Europa e Seleção Brasileira. Afinal, lesões acontecem e ele já vivenciou algo parecido no Santos, quando estava no sub-23 da equipe paulista.

"Todo jogador de futebol tem o sonho de jogar na Europa, jogar na seleção brasileira. Tive a oportunidade de jogar em uma grande equipe do futebol brasileiro, mas devido as lesões não tive tantas oportunidades, foi um momento bem difícil na minha carreira, mas agora to em uma fase muito feliz, motivado, espero fazer uma grande temporada", afirmou Marcus, ao Hoje em Dia.

Afinal, na visão de Marinho, seu filho mais velho tem pontos superiores ao próprio pai quando o assunto é a bola no pé: "eu vejo em Marcus muito mais técnica e visão de jogo do que eu tinha. Quanto ao que eu fazia parecido é o faro de gol, vontade de vencer, de jogar bem todos os jogos. Algo que eu tinha muito", afirmou Marinho, ao Hoje em Dia.

A comparação, entretanto, é notada de qualquer cuidado. Marcus Molinari prefere seguir os próprios passos, tendo em Marinho sempre uma referência, mas jamais um modelo de comparação, para 'não ter tanto peso nas costas'.

"Meu pai fez a carreira dele, fez a história dele. Não gosto muito de ser comparado, é um peso a menos nas minhas costas, procuro fazer meu trabalho, aprender com ele, ele está sempre me ajudando, não me cobra em nada em relação do que ele foi", completou Marcus.

Entrevista com Marcus Molinari:
No Tupi, você vive a primeira experiência profissional. O que sentiu de mais dificuldade neste salto na carreira?
Minha maior dificuldade neste salto pro profissional, foi o amadurecimento fora de campo, descanso, alimentação e com certeza entender um pouco sobre os zagueiros mais experientes que jogo contra, saber os atalhos pra chegar as redes. E como todo atacante vive de gols, eu procuro me posicionar bem dentro da área, procuro não desistir de nenhuma jogada e sempre esperar que o zagueiro vá errar, sempre vou pras partidas com intuito de balançar as redes.

Seu pai fez história em Minas, goleador e muito querido pela torcida do Atlético. Como é a sua relação com o seu pai no que diz respeito aos passos da sua carreira?
Meu pai fez a carreira dele, fez a história dele. Não gosto muito de ser comparado, é um peso a menos nas minhas costas, procuro fazer meu trabalho, aprender com ele, ele está sempre me ajudando, não me cobra em nada em relação do que ele foi.

Você chegou a ser sondado pelo América, depois veio oferta da Suíça. O sonho do Marcus Vinícius é defender um grande no Brasil e mirar a Europa?
Todo jogador de futebol tem o sonho de jogar na Europa, jogar na seleção brasileira. Tive a oportunidade de jogar em uma grande equipe do futebol brasileiro, mas devido as lesões não tive tantas oportunidades, foi um momento bem difícil na minha carreira, mas agora to em uma fase muito feliz, motivado, espero fazer uma grande temporada.

Como foi sua passagem pelo Santos no ano passado?
Se não fossem as lesões, tenho certeza que minha passagem no Santos seria melhor, fiz uma excelente pré-temporada, estava sendo titular nos amistosos, comecei jogando bem o Campeonato Brasileiro e depois comecei a sofrer com as lesões.

Entrevista com Marinho:

O Marcus iniciou o Campeonato Mineiro com três gols e é um dos vice-artilheiros do torneio. O que você enxerga do Marinho artilheiro em seu filho?
Modéstia à parte, eu vejo em Marcus muito mais técnica e visão de jogo do que eu tinha. Quanto ao que eu fazia parecido é o faro de gol, vontade de vencer, de jogar bem todos os jogos. Algo que eu tinha muito.

Quando você ajudou o Atlético a subir pra Série A, em 2006, Marcus tinha quase 10 anos. Você já enxergava nele um sucessor dos seus passos?
Marcus, em 2006, quando eu jogava no Atlético, ele tinha quase 10 anos. Mas era muito precoce uma criança de 10 anos você enxergar lá na frente que ela vai virar um atleta profissional. E eles abdicaram muito da vida deles, os meus filhos e minha esposa, para viver minha vida, pra viver o meu sonho. A gente viajava muito, então ele não conseguia ter sequência de treinamentos na equipe que eu jogava, porque nossa vida muda muito. Eu já via qualidade na batida da bola, mas era muito novo para que eu sonhasse um dia que ele fizesse o que faz hoje em dia.

Hoje, seu filho tem a primeira experiência profissional no Tupi, camisa que você também defendeu. Que outros clubes você imagina para a carreira do Marcus?
A palavra de Deus fala que temos que sonhar alto. Primeiro peço a Deus para que tenha saúde e continuar a fazer o que tem feito. Sonhar com equipes grandes do Brasil, do Mundo. Todo jogador sonha isso, é o nosso também. E quem sabe também chegar na Seleção Brasileira. Sonhar é o princípio da realização. Quero que ele seja muito feliz, realizado fazendo o que ele gosta. A consequência será o trabalho demonstrado nos anos futuros.

Alguns jogadores tem na figura do pai alguém essencial na carreira, por exemplo o Neymar e o Diego Ribas (Flamengo). O Marinho desempenha qual papel na carreira do Marcus? De conselheiro, professor, cuida dos negócios?
Eu tento ser, dentro das minhas possibilidades, fazer tudo. Foram alguns anos que joguei no futebol, tenho experiências e procuro ajudá-lo dentro e fora do campo. Auxilio em algumas coisas que podem melhorar, apesar que vejo nele um jogador mais técnico que eu era. A experiência e o que eu vivi estão sendo bem importantes pra carreira dele. Sei que ele é quem entra no campo, o dom é de Deus e é transmitir pra ele um pouco daquilo que eu vivi. Tomara que ele consiga ser um atleta mais bem sucedido do que eu fui.