Após as quedas de Filipinho e Julian Wilson, Medina se sagrou o campeão de 2018. Relembre a trajetória do brasileiro
No último domingo (16/12) os surfistas foram aos duelos nas ondas de Pipeline, no Havaí. Os postulantes ao título eram os brasileiros Filipe Toledo e Gabriel Medina e o australiano Julian Wilson. Filipinho acabou caindo nas fases iniciais e deixando de lado a chance de título. Assim, só restaram Gabriel e Julian para a rodada desta segunda-feira (17/12). O brasileiro só dependia dele mesmo para conquistar mais um troféu. Bastava chegar à final para levantar a taça pela segunda vez. Se Julian perdesse antes da decisão, Gabriel também levaria com qualquer resultado. O título veio da forma mais difícil: a cada vitória do brasileiro, o australiano também se superava. Assim, Medina precisou de vencer o sul-africano Jordy Smith para assegurar um lugar na decisão e ficar com o troféu.
A trajetória do jovem de Maresias (SP) não foi fácil nesta temporada. Em um ano dominado pelos brasileiros, Gabriel demorou a despertar para a competição. Chegou ao pódio apenas na sétima etapa do Mundial, um terceiro lugar em Bells Beach, na Austrália. Além do título da temporada, o novo campeão do Mundo levou outras três/quatro etapas em 2018. Dos 11 períodos do circuito, oito foram vencidas por brasileiros e três por australianos.
O duelo entre Medina e Wilson foi uma amostra do duelo entre Brasil e Austrália, que durou todo o ano. O top 5 em 2018 foi composto por três brasileiros e dois australianos — Gabriel Medina, Julian Wilson, Filipe Toledo, Ítalo Ferreira e Owen Wright. A partir do meio do ano, no Taiti, o o então vice-campeão começou sua arrancada. Conquistou duas taças em sequência, Taiti e Califórnia, colocando pressão sobre o líder Filipinho.
Em outubro, na França, Gabriel caiu nas semifinais justamente para o arquirrival Wilson, que conquistou a etapa. Em Portugal, a penúltima competição, o brasileiro Ítalo Ferreira foi o melhor. Eliminou Medina na semifinal, enquanto Wilson e Filipinho não chegaram longe. O suficiente para Medina ampliar a vantagem e chegar confortável no Pipe Masters, a última do ano. Com início em 16 de dezembro, as ondas do Havaí sopraram bem para Gabriel.
O jovem de Maresias só dependia dos próprios esforços para vencer e não deu brecha ao azar. Nas quartas de final, por exemplo, saiu atrás do norte-americano Conner Coffin, depois de um tubo de arrepiar que valeu a nota 10, e disputou a semifinal com o sul-africano Jordy Smith. Novamente, o brasileiro começou em desvantagem, mas conseguiu virar a situação, com mais uma bela atuação e uma nota 9.10, e assegurou a vaga na final. Era o que Medina precisava para confirmar a taça. Assim como 2014, superou um australiano — mesmo que não diretamente — e se tornou bicampeão Mundial.
* Estagiário sob a supervisão de Leonardo Meireles