Em meio a incertezas com o calendário do futebol em decorrência da pandemia do novo coronavírus, uma das possibilidades para futura retomada, ainda em análise e sem data definida, está a prática de jogos com portões fechados. Para o goleiro Fábio, principal ídolo do Cruzeiro, seria uma forma de garantir o retorno das competições sem oferecer riscos ao público, a jogadores e a todos que trabalham no meio esportivo.
Fábio, de 39 anos, disse que a opção de jogos sem público seria uma forma de garantir que as competições pudessem ser concluídas em 2020, tão logo a pandemia seja controlada ou amenizada no Brasil. Mesmo deixando claro que gostaria de ver a torcida celeste em campo, na volta do futebol, ele considera que a medida de liberar a entrada não seria viável em um momento de luta contra pandemia.
“Cada situação tem que ser analisada com transparência e vivenciando o momento atual. Se pensarmos em voltar a jogar com portões abertos, lógico que todos querem torcedores nos estádios, o grande patrimônio é a torcida. Mas temos que vivenciar o que acontece hoje no nosso país. Se colocarmos mais empecilho, teremos grande dificuldade no retorno das competições e poderemos ficar até um ano sem futebol, se não tivermos uma visão totalmente ampla do que vivenciamos no mundo”, defendeu o veterano em entrevista à Rádio Itatiaia.
Fábio considera que, tão logo a crise de saúde mundial seja controlada, os torcedores poderão retornar aos estádios. Mas enquanto isso não ocorrer, o ideal, segundo o goleiro, é que os jogos, quando liberados, sejam realizados com portões fechados. “Nesse momento, não é adequado a gente voltar com torcida. É preciso ter inteligência e saber utilizar o que temos de benefícios, levar o espetáculo ao torcedor, para que ele tenha o seu esporte favorito como opção de lazer, mesmo que seja a distância”, enfatizou.
De férias, prolongadas até 30 de abril por causa da propagação da COVID-19, Fábio disse que o momento não é de relaxamento e sim de certa preocupação. Ele se mostrou incomodado com o momento de incerteza em relação ao retorno do futebol, além de tristeza com as mortes causadas pela doença no mundo. “Dias difíceis, de incertezas, a gente ouve falar muitas coisas, mas nada que se concretize ainda. Tem os dois aspectos, da saúde e da nossa profissão. Houve muitas reuniões, mas nenhum caminho definido a ser seguido ainda e isso nos deixa apreensivos. Momento de tristeza pelas perdas no mundo todo”, declarou.
Com o retorno das competições, o goleiro disse que a prioridade será levar o Cruzeiro de volta à elite. Ele admitiu o momento delicado, agravado pela crise mundial que dificultou a arrecadação dos clubes, mas considera que a equipe celeste tem que focar na Série B. “É um momento diferente para todos nós cruzeirenses, torcida, Conselho Gestor. É uma situação delicada, mas quem está hoje no Cruzeiro quer o bem maior, que é o clube novamente na Primeira Divisão. Readequação do salário é o de menos, o mais importante é a gente conseguir colocar o Cruzeiro no lugar que merece, pela história, vitórias e conquistas, que é a Primeira Divisão”, comentou.