ATLÉTICO


Depois de semanas desde o início das críticas, Everson resolveu ir a público e, de peito aberto, responder perguntas sobre o momento pelo qual tem passado. O goleiro de 30 anos tem sido alvo de ataques e até ameaças de parte da torcida do Atlético nas redes sociais.


Nesta sexta-feira - dois dias após ser destaque do empate sem gols com o Fluminense, no Maracanã -, o arqueiro alvinegro desabafou sobre o tom das críticas e o fato de elas terem sido direcionadas também à sua esposa, Rafaela Vieira.

“Antes das perguntas, eu gostaria de agradecer por um vídeo que recebi de vários torcedores da massa atleticana, não só aqui de Minas Gerais, como de outros estados também, mandando palavras de incentivo e de apoio. Não só para mim, mas para a minha esposa também, porque a gente passou por uns momentos complicados nos últimos dias”, disse.


“Gostaria também de agradecer a todos por todas as mensagens, a todas as páginas que demonstraram apoio a mim e ao meu trabalho. Com certeza, isso serve de combustível para que eu possa continuar trabalhando e desempenhando o meu melhor futebol para, consequentemente, estar podendo sempre ajudar o Clube Atlético Mineiro”, prosseguiu.


Família

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Everson, a esposa Rafaela Vieira e os filhos Marcos Paulo, Melissa Rafaela e Rafael (Foto: Reprodução/Instagram)


Só depois é que Everson respondeu a perguntas feitas por jornalistas durante a entrevista coletiva desta sexta-feira. O goleiro disse entender as críticas, mas lamentou a forma como elas foram feitas.


Ao longo das últimas semanas, Everson viu as ameaças afetarem emocionalmente a esposa Rafaela e os três filhos: Marcos Paulo, Melissa Rafaela e Rafael. Para o goleiro, isso foi o mais difícil.


“Acho que nenhum ser humano gosta desses ataques, principalmente com familiares. Na minha profissão, a gente tem que saber lidar com as críticas, é isso que a gente aprende desde a base. Mas, quando toca na família, é um pouco mais complicado. Eu tenho um filho de dez anos, que já tem acesso ao celular, tem acesso a rede social e às vezes acaba vendo”, desabafou.


“Então, a gente sempre procura filtrar para que essas injustiças não entrem em casa e não façam mal nem para mim e nem para a minha família e que a gente possa seguir sempre juntos, fortalecendo. Sou um cara privilegiado, abençoado por ter uma esposa que está sempre comigo há mais de dez anos. Sempre comigo. Passou comigo no River-PI, no Confiança, no Ceará. Então, é uma pessoa que vem fazendo a base comigo desde o começo da minha carreira. Sou um cara abençoado e muito grato por ter uma esposa que está sempre comigo. A gente tem uma família maravilhosa”, completou.


Trabalho


No dia a dia de treinamentos e jogos, Everson focou tanto no trabalho de fortalecimento emocional, como no técnico.


“Nunca pensei em largar o futebol ou sair do Galo. A gente sabe que dentro da nossa profissão sempre vão existir as críticas. Quando a gente vai bem, também existem os elogios. Infelizmente ou felizmente, ela faz parte da nossa profissão. Então, a gente sempre procura trabalhar no dia a dia para que a gente possa minimizar os erros, estar bem e sempre com menos críticas possíveis, para ter mais confiança no nosso trabalho e desempenhar no dia a dia e nos jogos”, frisou.


A boa atuação contra o Fluminense o ajudou a retomar a confiança. Titular absoluto sob o comando do técnico Jorge Sampaoli, voltará a campo neste sábado, em mais um duelo decisivo para o Atlético no Campeonato Brasileiro.


A equipe alvinegra enfrenta o Bahia, a partir das 19h, no Mineirão, pela 36ª rodada. Vencer pode recolocar o Galo na disputa pelo título.

Leia as respostas de Everson sobre as críticas


Agradecimento


Antes das perguntas, eu gostaria de agradecer por um vídeo que recebi de vários torcedores da massa atleticana, não só aqui de Minas Gerais, como de outros estados também, mandando palavras de incentivo e de apoio. Não só para mim, mas para a minha esposa também, porque a gente passou por uns momentos complicados nos últimos dias. Gostaria também de agradecer a todos por todas as mensagens, a todas as páginas que demonstraram apoio a mim e ao meu trabalho. Com certeza, isso serve de combustível para que eu possa continuar trabalhando e desempenhando o meu melhor futebol para, consequentemente, estar podendo sempre ajudar o Clube Atlético Mineiro.


Desempenho contra o Fluminense


No futebol, é de suma importância a confiança. Cada atleta, na sua posição, vai buscando se filtrar de coisas boas. Com certeza, o atacante se filtra de fazer gols e dar passes. O goleiro não é diferente: a nossa função principal é defender. Então, pude dar minha parcela de contribuição num jogo difícil. É lógico que eu queria buscar a vitória. Se fosse para eu tomar um gol e a gente conquistar a vitória, para mim seria mais importante ainda. Mas é continuar trabalhando para que consequentemente eu possa ajudar a equipe do Atlético nessa reta final do Brasileiro.


Confiança de Sampaoli


Todos sabem que o professor Sampaoli tem uma confiança no meu trabalho. Me tirou do Ceará e levou para o Santos e depois me trouxe aqui para o Atlético. É um profissional a quem devo muito o meu crescimento não só como goleiro, mas como pessoa também. Eu procuro trabalhar. É lógico que é um cara que é sempre visado pelo seu trabalho, por sua metodologia. Mas cabe a mim continuar trabalhando. Isso é coisa particular dele. Cabe a mim ficar focado no Atlético, trabalhando, para que eu possa sempre representar muito bem o Atlético.


Pensou em deixar o Atlético ou o futebol após as ameaças?


Nunca pensei em largar o futebol ou sair do Galo. A gente sabe que dentro da nossa profissão sempre vão existir as críticas. Quando a gente vai bem, também existem os elogios. Infelizmente ou felizmente, ela faz parte da nossa profissão. Então, a gente sempre procura trabalhar no dia a dia para que a gente possa minimizar os erros, estar bem e sempre com menos críticas possíveis, para ter mais confiança no nosso trabalho e desempenhar no dia a dia e nos jogos.


Ataques a familiares


Acho que nenhum ser humano gosta desses ataques, principalmente com familiares. Na minha profissão, a gente tem que saber lidar com as críticas, é isso que a gente aprende desde a base. Mas quando toca na família é um pouco mais complicado. Eu tenho um filho de dez anos, que já tem acesso ao celular, tem acesso a rede social e às vezes acaba vendo. Então, a gente sempre procura filtrar para que essas injustiças não entrem em casa e não façam mal nem para mim e nem para a minha família e que a gente possa seguir sempre juntos, fortalecendo. Sou um cara privilegiado, abençoado por ter uma esposa que está sempre comigo há mais de dez anos. Sempre comigo. Passou comigo no River-PI, no Confiança, no Ceará. Então, é uma pessoa que vem fazendo a base comigo desde o começo da minha carreira. Sou um cara abençoado e muito grato por ter uma esposa que está sempre comigo. A gente tem uma família maravilhosa.


Apoio da torcida


Sabemos que a massa atleticana são quase 10 milhões de torcedores. Então, a gente sabe que não é a maioria da torcida atleticana (que critica). A torcida atleticana é muito ativa, muito apaixonada. Eu percebi isso nos últimos dias, com o tanto de mensagens de apoio que não só eu, mas também minha esposa, recebemos. A gente tem que aprender a conviver com as críticas no futebol. Elas são diversas. Às vezes são críticas, às vezes são elogios. É difícil agradar a todos. Mas jamais serviu como desmotivação. Crítica serve para motivar, para você trabalhar. Elogios também servem para continuar trabalhando para que você possa dar suporte e alegria a quem te elogia e gosta do seu trabalho. Então, procuro sempre trabalhar muito mais ainda para poder dar alegria aos torcedores que gostam do meu trabalho também.


Trabalho com pés e mãos


A gente tem que se modernizar. O futebol tem ficado moderno. A gente pôde acompanhar ontem (quinta-feira) o jogo do Bayern. A gente tem que tirar parâmetros, tem que ter referências. O Neuer faz muito bem essa referência não só de jogar com os pés, como de jogar com as mãos também. Hoje, a nossa equipe tem que estar sempre, quase que obrigatoriamente, estar procurando sair jogando, que é algo muito difícil no futebol brasileiro. Algumas equipes já estão marcando a saída de bola. Então, a gente está sempre procurando poder sair jogando bem. A questão com as mãos: a gente vem trabalhando. Peguei dados do Campeonato Brasileiro. A gente está entre os times com menos quantidade de gols tomados. A gente tem, em todo o campeonato, 11 jogos em que não fomos vazados. Desses 11, eu participei de oito; o Rafael ajudou com três. Nas últimas quatro partidas, a gente tomou um gol. Então a gente vem dando um suporte ali atrás para ajudar a equipe a atacar. Cabe a mim trabalhar. Às vezes, a bola chega ao nosso gol duas, três vezes, e a gente está ali para poder defender. São bolas difíceis. Às vezes, chegam uma ou duas e a gente acaba não conseguindo evitar o gol. Então, cabe à gente continuar trabalhando para continuar dando suporte com os pés e principalmente com as mãos para ajudar a equipe nos dois fundamentos: para manter a posse de bola e não tomar gol. Porque a gente sabe que se não tomar gol a gente vai estar sempre mais próximo da vitória.