Volante cruzeirense é o segundo jogador no elenco com mais partidas em Libertadores, atrás de Fábio; ele recebeu elogios de Piazza e Gottardo, capitães das conquistas de Libertadores de 1976 e 1997.

Dentre os nomes que carregam no ombro o peso desse sonho do tricampeonato da Libertadores que move milhões, destaca-se o volante Henrique, que, nesta noite, contra o Racing, às 21h30, em Avellaneda, chega ao seu jogo de número 64 em Libertadores. Esta será a oitava participação do jogador no torneio, a sétima como atleta do Cruzeiro, clube pelo qual, no currículo, já ostenta mais de 400 partidas, perdendo apenas do ídolo Fábio. Não à toa, ele é o cara que carrega no braço a faixa de capitão.

“Espero também ficar com meu nome marcado na história do clube. Sabemos que o trabalho será muito árduo até chegar novembro, realizar um sonho que é voltar à uma final de Libertadores, mas vamos dar nosso máximo”, diz Henrique ao SUPER FC, preparado para repetir os gestos que imortalizaram Piazza, em 1976, e Wilson Gottardo, em 1997, os capitães das conquistas de Libertadores da Raposa.

Ícones que, por sinal, são só elogios ao camisa 8. “O capitão do time é aquele que sabe falar a cada companheiro no seu próprio idioma”, analisa Piazza. “Vejo no Henrique essa liderança e espero que ele consiga capitanear a missão de forma eficiente”, completa o eterno ídolo cruzeirense.

“O Henrique vem demonstrando isso ao longo dos anos (ter caráter). É um cara tranquilo, profissional, atleta que fez muitos jogos e que tem o carinho da torcida. Essas coisas são fundamentais”, destaca Gottardo.

Um bate-bola que faz Henrique se emocionar. “Ouvir isso de dois ídolos do Cruzeiro, Piazza, campeão mundial, Gottardo, que já tive convivência com ele, e que são referências para nós, é muito gratificante”, comenta Henrique.

A SUPER NOTÍCIA FM 91,7 transmite Racing e Cruzeiro na noite desta terça-feira, direto de Avellaneda. A narração é de Osvaldo Reis, o 'Pequetito', com a reportagem de Artur Moraes e os comentários de Leandro Cabido.

A ENTREVISTA COMPLETA COM HENRIQUE:

Você vem se destacando nesta temporada até por sua eficiência ofensiva. Foi seu o passe para o gol contra o Villa Nova, marcado por Rafinha. Como vem sendo esse ano para você, capitão e agora 'garçom' Henrique?
Está sendo um ano bom, começo de temporada muito boa, participando tanto defensivamente, que é a primeira parte de um volante é marcar, e às vezes poder chegar ao ataque como um elemento surpresa. Tenho contribuído com passes, assistências, finalizações, isso é bom, poder sempre ajudar não somente em nossas características que é marcação, mas dando passes para gol que têm ajudado bastante ao Cruzeiro.

Esta será sua sétima participação em Libertadores pelo Cruzeiro, a oitava pelo Cruzeiro. Contra o Racing, você chega à marca de 60 jogos na competição continental. Mais do que experiente neste torneio, o que você espera de diferente em relação à Libertadores desta temporada?
A gente já tem jogado algumas vezes junto com o Cruzeiro, participei pelo Santos também, é uma competição dura que você tem saber jogá-la. Você enfrenta times sul-americanos que são muito credenciados e que possuem experiência na competição. A gente já vivenciou várias situações, boas, ruins, difíceis, e a gente tem experiência com todas elas. Então é jogar de igual para igual, sabendo das dificuldades que teremos, é jogo em casa, jogo fora, não tem partida fácil, e a gente vai preparado para estas batalhas, para esses duelos difíceis que estão por vir e que eu possa contribuir com a vivência que temos de anos anteriores por atuar nessa competição que é importante para nós.

Conversava com o Piazza e o Gottardo, capitães do Cruzeiro nas conquistas de Libertadores de 1976 e 1997, e eles destacavam sua eficiência e a confiança que eles têm em você na missão de ser, quem sabe, o capitão do tricampeonato. Como você recebe esses elogios?
É muito bom, se tratando ainda mais de Piazza, que é um ídolo nosso, o Wilson Gottardo também, que eu já tive convivência com ele, são referências para nós e eu espero também estar marcado pelo clube. Nós sabemos que o trabalho vai ser muito árduo para chegar lá, em novembro, uma final de Libertadores, mas vamos trabalhar para que isso se concretize, trabalhar para fazer isso acontecer. Eu fico muito satisfeito desses dois ídolos essas palavras.

Sua primeira Libertadores pelo Cruzeiro foi em 2008. Qual a diferença entre aquele Henrique, contratado pelo Adilson, que vinha do futebol japonês, para o Henrique de hoje, já estabelecido, capitão do Cruzeiro e com mais de 400 jogos pelo clube?
Um Henrique hoje mais maduro, mais experiente, que já vivenciou várias coisas. Ali, em 2008, eu estava no início, estava projetando ainda a carreira e hoje, com mais experiência, mais maduro, com mais consciência do que é essa competição, a gente vai amadurecendo e pegando essa bagagem para que possamos lidar melhor com esse tipo de torneio tão importante para nós. Hoje eu posso lidar com a Libertadores de uma melhor forma porque já vivenciei e tenho uma idade que me permite passar aos demais companheiros como é jogar essa competição.

Você disse muito sobre experiência, qual tem quer o diferencial desse time do Cruzeiro, uma equipe que vem muito badalada para este ano, para chegar na Libertadores firme e seguir rumo ao objetivo final que é a conquista?
Esse torneio é bastante competitivo, pegado. Então você tem que competir muito, não adianta você ser um time de qualidade, sem competir. Nós temos que unir as duas coisas, competir bastante, equilibrar no fator querer vencer, querer ganhar, disputar todas as bolas, jogo que você tem que ter gana de vencer, gana de buscar o resultado, e aí a qualidade vai aparecer. Você tem que batalhar pelo resultado porque argentino não desiste de bola, e nós não devemos desistir também, os juízes também não dar qualquer falta, temos que ter essa consciência. Nós vamos passando isso para todos porque é uma competição bastante disputada.

Esse é o elenco do Cruzeiro, desde sua chegada aqui, mais preparado para a disputa da Libertadores?
Eu nunca gosto de comparar elencos porque sempre o Cruzeiro montou bons elencos, prova disso os anos anteriores de sucesso. 2013, 2014, 2017 foram ano bons. Sempre o Cruzeiro manteve uma linha de bom elenco. Estamos com bons jogadores, boa equipe, e preparando para esses desafios, o desafio é agora com a Libertadores e nós vamos preparados para competir e mostrar a nossa qualidade.

O que esperar do Racing, um time que vem mantendo também uma boa invencibilidade na Argentina, e terá a força de jogar em sua casa nesta estreia?
Nós sabemos da qualidade do Racing, um rival difícil de se bater ainda mais na sua casa, mas o Cruzeiro está trabalhando e focado no objetivo que é a vitória lá dentro do El Cilindro. Sabemos da importância que é começar bem essa competição, vai ser um jogo muito disputado, muito competitivo, porque as duas equipes gostam de jogar com a bola, eles marcam bem, pressão, temos que estar atentos a todos estes detalhes, nos entregar bastante e buscar o nosso resultado que é sempre o resultado positivo.

Mande uma mensagem para a torcida celeste, que vem dando show neste início de ano.
Alô, nação azul, estejam sempre conosco, como vocês estão fazendo, torcendo, vibrando, porque sabemos da importância que vocês são para nós e juntos sempre seremos mais fortes. Continue torcendo, incentivando, que este ano vai ser um ano muito bom para todos nós.