Está afastado

O presidente afastado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, comunicou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (19) que não tentará mais retornar ao cargo. Na última semana, o ex-executivo vinha tentando uma série de recursos para voltar ao cargo, após ser afastado por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Segundo o documento enviado ao órgão, a motivação da desistência seria para “retomar a paz” no futebol e brasileiro e por questões familiares.

“Movido pelo profundo desejo de restaurar a paz no futebol brasileiro e, sobretudo, a serenidade de sua própria vida familiar, que tem sido abalada por equívocos públicos, interpretações distorcidas e insinuações injustas”.

Ednaldo também atribui os ataques à ele pela insatisfação de alguns grupos dentro da CBF e demais federações que “nunca se contentaram com o fato de o futebol brasileiro ter rompido com oligarquias e de passar a ter transparência e governança, grupos estes que não medem esforços em lhe causaram dor”.

O ex-dirigente termina a declaração afirmando que não vai apoiar qualquer candidato e que deseja boa sorte ao próximo presidente. “Em relação às novas eleições convocadas pelo interventor, não estar concorrendo a qualquer cargo ou apoiando qualquer candidato, desejando sucesso e boa sorte àqueles que vão assumir a gestão do futebol brasileiro”.

A desistência abre caminho para Samir Xaud, atual vice-presidente da Federação Roraimense de Futebol (FRF). O roraimense de 41 anos recebeu o apoio da Federação Mineira de Futebol (FMF) e de outras 24 federações, e será eleito em chapa única. 

Afastamento

A decisão que afastou Ednaldo Rodrigues foi assinada pelo desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro na última quinta-feira (15). O afastamento decorre de uma apuração solicitada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), envolvendo supostas irregularidades no acordo que viabilizou a eleição anterior de Ednaldo.

Paralelamente, Ednaldo é alvo de duas investigações na comissão de ética da CBF. Uma delas, proposta pela deputada federal Daniela Carneiro (União-RJ), trata da possível falsificação da assinatura do ex-presidente Coronel Nunes. A outra foi apresentada pelo vereador Marcos Dias Pereira (Podemos-RJ) e inclui relatos de assédio e descumprimento de normas internas.

O processo relacionado à legalidade do acordo firmado em 2022 também seria analisado pelo Supremo Tribunal Federal. A corte marcou para o dia 28 de maio o julgamento de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade que discutirá a possibilidade de o Ministério Público firmar Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) com entidades esportivas, como ocorreu com a CBF.

Ednaldo Rodrigues foi reeleito de forma unânime em 2025, após receber apoio das 27 federações estaduais e dos clubes das Séries A e B. Na ocasião, ele era candidato único após a desistência de Ronaldo Nazário.
Ele assumiu o comando da entidade em 2021, inicialmente de forma interina, substituindo Rogério Caboclo, afastado após denúncias de assédio.