Muitos contratados desta forma viraram ídolos e conquistaram grandes títulos
Por: Paulo Galvão
Fonte: Estado de Minas
A possibilidade de troca de jogadores com o Grêmio faz os cruzeirenses relembrarem transações emblemáticas. A prática já foi bastante utilizada pelo clube celeste e trouxe bons resultados, ainda que haja quem seja contra a cessão do armador Thiago Neves, do zagueiro Murilo e do atacante Raniel para contratar o armador Luan. Os clubes manteriam percentual dos direitos dos jogadores, à exceção do camisa 30, que pertenceria 100% ao tricolor gaúcho.
Desde a década de 1960, os dirigentes da Raposa se mostram hábeis negociadores. Em 1965, trocaram o goleiro Fábio por um pouco conhecido Raul, então reserva no São Paulo. O “goleiro da camisa amarela”, porém, se tornou um dos maiores atletas da história da Raposa, tendo conquistado a Copa Brasil de 1966 vencendo o Santos de Pelé na final e a Copa Libertadores de 1976.
Exatos 40 anos depois, o Cruzeiro recorreu ao escambo para contratar outro goleiraço. Fábio já havia passado pelo clube em 2000, e para trazê-lo de volta do Vasco o Cruzeiro cedeu os direitos do armador Alex dias. Desde então, o mato-grossense se tornou não só titular absoluto, como o jogador que mais defendeu a equipe em sua história, com 807 jogos. Além disso, ganhou dois Brasileiros e duas Copas do Brasil.
Mas a grande transação na memória dos torcedores cruzeirenses foi a feita com o São Paulo em 1996. A equipe do Barro Preto cedeu os jovens Belletti e Serginho em troca de cinco jogadores rodados, mas que foram fundamentais nas conquistas da Copa do Brasil de 1996 e da Copa Libertadores de 1997.
Além de retorno técnico, Palhinha rendeu dinheiro ao Cruzeiro. Depois da conquista da América, ele foi negociado com o Mallorca por 1,5 milhão de euros. Foi então a maior contratação da história do clube espanhol.
No lucro
Pouco depois, em 1999, uma transação com outro paulista também foi bem-sucedida. A equipe cedeu o zagueiro João Carlos para ter Cris, da mesma posição, que acabou sendo importante na conquista da Tríplice Coroa, em 2003.
Recentemente, outras barganhas renderam dividendos. Uma delas foi com o Palmeiras, em 2016, quando cedeu o lateral-direito Fabiano e o lateral-esquerdo Fabrício para ter o também lateral-direito Lucas e o armador Robinho. Se o defensor não deixou saudades, o camisa 19 foi um dos pilares da equipe nas conquistas do bicampeonato da Copa do Brasil em 2017/2018.
Trocas bem-sucedidas
1965: Fábio (goleiro) foi trocado por Raul (goleiro)
1996: Belletti (volante) e Serginho (lateral-esquerdo) foram trocados por Gilmar (zagueiro), Donizete (volante), Palhinha (armador) e Aílton (atacante)
1999: João Carlos (zagueiro) foi trocado por Cris (zagueiro)
2004: Gérson Magrão (armador) foi trocado por Fred (atacante)
2005: Alex Dias (armador) foi trocado por Fábio (goleiro)
2016: Fabiano (lateral-direito) e Fabrício (lateral-esquerdo) foram trocados por Lucas (lateral-direito) e Robinho (armador)
2018: Alisson (meia-atacante) e Edilson (lateral-direito)