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O anúncio da Copa América no Brasil ganhou um novo capítulo de conflito nesta quinta-feira (3), desta vez envolvendo a própria seleção brasileira. Tite não confirma, mas os jogadores da seleção, especialmente os que atuam na Europa teriam se mostrado contrários à disputa do certame e já se reuniram com a direção e também a presidência da CBF para expor o posicionamento. A informação foi noticiada inicialmente pelo jornalista Pedro Ernesto, da Rádio Gaúcha. De acordo com o técnico, os jogadores vão se pronunciar após os dois jogos das Eliminatórias contra Equador e Paraguai, nos dias 4 e 8 de junho. 


Tite iniciou sua coletiva de imprensa expondo a ordem cronológica dos fatos desta semana. Desde o anúncio da Copa América no Brasil, nenhum jogador da seleção brasileira vem dando entrevistas. 

"Temos uma opinião muito clara e fomos lealmente, numa sequência cronológica, eu e Juninho, externando ao presidente qual a nossa opinião. Depois, pedimos aos atletas para focarem apenas no jogo contra o Equador. Na sequência, solicitaram uma conversa direta ao presidente. Foi uma conversa muito clara, direta. A partir daí, a posição dos atletas também ficou clara. Temos uma posição, mas não vamos externar isso agora. Temos uma prioridade agora de jogar bem e ganhar o jogo contra o Equador. Entendemos que depois dessa Data Fifa, as situações vão ficar claras", disse Tite. 
 
SELEÇÃO: Tite confirma reunião em que jogadores pediram pra não jogar a Copa América
 
Casemiro, capitão da seleção brasileira, estava escalado para falar com a imprensa nesta quinta-feira (3), mas não compareceu à sala de imprensa do Beira-Rio. Tite, mais uma vez, desconversou, mas apontou que o motivo teria a ver com um questionamento da imprensa sobre a recusa dos jogadores que atuam na Europa de entrarem em campo na Copa América. 


"Eles (jogadores) têm uma opinião, externaram ao presidente, e vão externá-la ao público em um momento oportuno. Inclusive, isso tem a ver com a ausência do nosso capitão, Casemiro, aqui nessa entrevista", reforçou o técnico da seleção. 

Como não poderia deixar de ser, o tema foi o mais abordado da entrevista e praticamente relegou o jogo desta sexta-feira (4), contra o Equador. Tite mostrou-se, no entanto, compreensivo com os questionamentos. 

"Não estou abrindo mão das respostas e estou colocando os fatos, com discernimento e sensatez que tenho. É muito importante a Copa América. Mas mais importante, é o nosso jogo amanhã. É jogarmos bem, porque vamos ser cobrados, inclusive com o nosso torcedor. Ele cobra nossa posição. Temos posição clara. Mas deixa a nossa cabeça voltada para o jogo de amanhã. Entendo todos vocês e também entendo que é importante essa posição e não estou me eximindo", declarou o comandante. 

Mas Tite também não negou que o problema nos bastidores tenha tido um efeito negativo no ambiente da seleção brasileira. 

"Tem efeito negativo sim em campo. Mas temos que superar e jogar bem. Ela te traz prejuízo. Compete a nós todos filtrarmos essa situação, fazer grande jogo e ter o resultado que a gente merecer", salientou o comandante. 

O Brasil volta jogar pelas Eliminatórias depois de sete meses nesta sexta-feira (4), às 21h30, contra o Equador, que vem de três vitórias seguidas nas Eliminatórias. Mas os bastidores estão quentes e podem mudar o rumo da Copa América, que está programada para começar no Brasil no próximo dia 13 de junho, com a seleção jogando no Mané Garrincha, contra a Venezuela, às 18h.  

Caso se confirme a 'insurgência' dos jogadores que atuam no futebol europeu, os atletas do futebol nacional poderiam ser acionados para a disputa da Copa América em plena disputa do Campeonato Brasileiro. A FIFPro, que é a associação de jogadores profissionais, já se manifestou apoiando qualquer atleta que não se sinta à vontade de disputar a Copa América, declinando de defender quaisquer que sejam as seleções.