Eleito no início de julho, o Conselho Fiscal do Cruzeiro não apontou irregularidades na administração do presidente Wagner Pires de Sá. A análise de documentos e contratos da atual gestão foi feita em cima dos questionamentos do relatório de 70 páginas da Comissão Transitória de Apuração, criada por Zezé Perrella, presidente do Conselho Deliberativo. Em 31 de julho, a sindicância havia encontrado inconsistências em oito pontos (leia abaixo):

1. Valores pagos diferentes dos contratados;
 
2. Funcionários contratados por CLT que também prestam serviços através de empresas em que são sócios;
 
3. Contratos inativos que ainda recebem pagamentos;
 
4. Contratos de 2018 em o contratado recebeu pagamentos referente a serviços prestados em 2017, cuja função inexistia;
 
5. Mais de um intermediário para negociação de um mesmo atleta;
 
6. Pagamento de intermediação para renovação de contrato de atletas que já são do Cruzeiro;
 
7. Objetos contratados diferentes da prestação de serviço;
 
8. Contrato de prestação de serviço, cuja contratada não teve identificado no clube o seu trabalho.
 
 
Conforme nota divulgada nesta terça-feira no site oficial do Cruzeiro, houve reunião de três horas no último dia 7 de agosto (quarta-feira), na sede administrativa do Barro Preto, entre os integrantes do Conselho Fiscal (Paulo César Marcondes Pedrosa - presidente; Nagib Geraldo Simões - conselheiro; e Tarcísio Dionísio Vitor - conselheiro) e da Comissão de Sindicância.

Também participaram do encontro o diretor de controladoria e finanças, Flávio Pena; a contadora Juliany de Souza e o auditor fiscal Frederico Yuri Abreu Mendes, sócio da empresa Oliveira Mendes, que aprovou o balanço do clube de 2018 com ressalvas. A ata, entretanto, não tem as assinaturas de Jarbas Matias dos Reis e Walter Cardinali Júnior, nomeados para coordenar a sindicância.
 
Nos tópicos 1, 2, 3 e 4 do ofício publicado pelo Cruzeiro, os conselheiros avaliam que “os documentos apresentados pelo clube demonstram que todos os valores pagos estão em consonância com os contratos e seus respectivos aditivos”. O documento não esclarece os itens 5, 6, 7 e 8 das inconsistências apontadas pela Comissão de Apuração.

Houve ainda explicações sobre os conselheiros que trabalham no clube; valores de direito de imagem; gratuidade de ingressos; empréstimo contraído com o empresário Cristiano Richard dos Santos Machado e realinhamento de custos com remunerações totais.

<i>(Foto: Cruzeiro/Divulgação)</i>