Foi na garra e no gogó da torcida. O Brasil levou “apagão” no começo do jogo, foi amplamente dominado nos dois primeiros sets, mas não se deixou abalar, mostrou poder de reação e conseguiu bater a Ucrânia por 3 sets a 2 (18/25, 14/25, 25/22, 25/23 e 15/9) com emocionante virada neste domingo (14/6), em um Maracanãzinho lotado, para voltar a vencer na Liga das Nações Masculina de Vôlei.

 Forçando bem os saques, equipe do leste europeu ignorou a desvantagem física – havia jogado apenas 14 horas antes, na vitória por 3 a 2 sobre Cuba, enquanto o Brasil folgou na sexta-feira (13/6) – e “passeou” nos dois primeiros sets. A Seleção, consequentemente, ia mal na recepção, nos saques e nos bloqueioos. No entanto, a equipe de Bernardinho conseguiu se recuperar no embalo da torcida, melhorou em todos os fundamentos, transformou o ginásio no Rio de Janeiro em um caldeirão e mudou a história do jogo.

 O oposto Alan proporcionou uma das melhores atuações individuais da partida. Ele, que perdeu os dois primeiros jogos por não estar 100% fisicamente, substituiu o irmão mais novo Darlan, que era o titular, e brilhou na partida, terminando como o maior pontuador do Brasil, com 18 tentos. O levantador Cachopa também foi um dos grandes responsáveis pela grande reação Amarelinha, com transformação da distribuição da Seleção a partir do terceiro set, potencializando todos os companheiros.

 Esta é a segunda vitória do Brasil na VNL Masculina. Na estreia, o time bateu o Irã por 3 sets a 0, na quarta-feira (11/6) e, no segundo jogo, perdeu por 3 sets a 2 para Cuba, na quinta (12/6).

A equipe de Bernardinho volta a quadra neste domingo (15/6) para a última partida da primeira semana da Liga das Nações, disputada inteiramente no Maracanãzinho. A partir das 10h, a Seleção enfrenta a Eslovênia. A Ucrânia jogará logo em sequência, contra o Irã, a partir das 13h30.

O jogo

Bernardinho repetiu a escalação que iniciou as duas primeiras partidas do Brasil: Flávio, Judson, Bergmann, Honorato, Darlan, Cachopa e Maique. Já a Ucrânia, do técnico Raul Lucio Lozano, levou a quadra Synytsia, Tupchii, Kovalov, Yanchul, Semeniuk, Todua e Boiko.

 O Brasil começou mal. Logo “de cara”, a Ucrânia conseguiu sequência de quatro pontos seguidos – 4 a 1 – e, depois disso, não menos de dois pontos à frente no placar em nenhum momento. A equipe do leste europeu sacava muito bem e conseguia “quebrar” a recepção do Brasil, ampliando rapidamente a vantagem, que chegou a cinco pontos – 16 a 11 – e a seis – 21 a 15. Mal na cobertura no início, a Seleção sacava mal, sem arriscar e, por isso, os ucranianos jogaram com o “passe na mão” ao longo de toda a parcial, dominaram e fecharam em 25 a 19.

 Jogando mal, o Brasil estava inseguro e acumulava mais insegurança a cada jogada errada. Além disso, “abusava” das “largadas”, evitando ataques fortes já que seguia jogando com a recepção quebrada e, por isso, Cachopa não conseguia colocar o oposto Darlan -, depois, Alan – e os ponteiros Bergmann – depois Adriano – em boas condições de ataque. O que segurava a vantagem da Ucrânia eram os muitos erros de saque – no entanto, mesmo assim, a equipe conseguiu muitos aces, incomodou a defesa brasileira e atropelou no segundo set, chegando a fazer sete pontos seguidos e fechando em 25 a 14.

 O terceiro set começou de forma diferente. Pela primeira vez, o Brasil conseguiu abrir vantagem de dois pontos – 4 a 2 – e equilibrou pela primeira vez a disputa no início da parcial. No entanto, a Ucrânia seguia sem grandes dificuldades na virada de bola e não baixava a intensidade em momemnto algum. Perto da metade da etapa, o Brasil emplacou boa sequência e chegou a 16 a 11.

 A Seleção melhorou justamente nos pontos mais críticos – os bloqueios e os saques -, além da melhora na distribuição de Cachopa, que passou a acionar mais o meio de rede. Assim, Flávio e Judson – que não havia pontuado na partida antes do terceiro set – cresceram. A Ucrânia chegou a encostar no fim da parcial, mas o Brasil não se deixou abalar e chegou ao ponto do set de forma simbólica – ace de Judson, que levantou a torcida e acendeu o Maracanãzinho: 25 a 22.

O Brasil, assim, começou o quarto set confiante e equilibrou totalmente a disputa. Alan, que havia começado no banco, “tomou” a vaga do irmao Darlan e melhorou a combatividade da equipe. Bergmann também ia bem, além dos centrais, todos potencializados por Cachopa, que cresceu na distribuição a partir da melhora na recepção – especialmente do líbero Maique. Era “outra” Seleção, mais confiante, forçando mais erros da Ucrânia. A seleção europeia ensaiou reação no fim, mas a equipe de Bernardinho venceu por 25 a 23 após final eletrizante.

 Mentalmente em alta e no embalo da efervescência de um Maracanãzinho lotado, o Brasil dominou o tie-break, brilhou no saque – com aces de Cachopa e dois seguidos de Honorato -, forçou erros da Ucrânia e concluiu a “remontada” com vitória por 15 a 9.