Com o título, time rubro-negro garantiu vaga na Copa Libertadores de 2019

Demorou 94 anos, mas o primeiro título internacional do Atlético-PR não poderia ser mais emocionante. Em uma decisão que teve de tudo nesta quarta-feira, o time rubro-negro derrotou o Junior Barranquilla nos pênaltis, após empate por 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação, e ficou com a taça da Copa Sul-Americana diante de uma Arena da Baixada lotada. Com a conquista, o clube paranaense será um dos oito representantes do Brasil na Libertadores de 2019 e entrará diretamente na fase de grupos.
Se abriu o placar e dominou no primeiro tempo, o Atlético-PR viu tudo dar errado a partir daí. O gol do empate no início da etapa final gerou um apagão na equipe, e o adversário passou a desperdiçar chance atrás de chance. O time paranaense perdeu dois de seus destaques por problemas físicos - Pablo e Nikão - e na prorrogação, o Junior ainda desperdiçou um pênalti. O cenário era dos piores.
Mas nada disso derrubou o Atlético-PR, que se fortaleceu. A decisão foi justamente para o fundamento em que o Junior mostrou dificuldade, as penalidades, e aí o time paranaense brilhou: converteu quatro de suas cinco cobranças e viu o adversário desperdiçar duas, explodindo a festa da torcida nas arquibancadas e deixando a taça na Arena da Baixada.
O Atlético-PR teve no início da partida a postura que dele se esperava: marcando por pressão e ocupando o campo de ataque. O primeiro chute foi aos cinco minutos, quando Nikão arriscou em cobrança de falta, Pablo desviou de cabeça e assustou Viera. A resposta do Junior veio aos 13, quando Barrera recebeu na meia-lua e jogou por cima.
Renan Lodi, também de fora da área, ainda tentou aos 23, mas o primeiro gol tinha que ser de Pablo. Ameaçado de não estar em campo por um problema físico, o destaque do Atlético-PR na temporada correspondeu aos 26, quando aproveitou sobra, tabelou com Raphael Veiga e finalizou com categoria, sem chances para o goleiro.
Intencionalmente ou não, o Atlético-PR alterou a postura com a vantagem e permitiu que o Junior crescesse. Se não conseguiu levar perigo efetivo ao gol de Santos, o time colombiano rondou a área e arrancou muitos cruzamentos, enquanto o adversário parecia afobado nas tentativas de puxar contra-ataques.

AFP / NELSON ALMEIDA Jogadores do Atlético-PR comemoram gol marcado por atacante Pablo no tempo normal da partida
O intervalo veio em ótima hora para o Atlético-PR, que voltou com tudo. Com menos de um minuto do segundo tempo, a dupla quase funcionou novamente, com Raphael Veiga dando enfiada precisa para Pablo, que finalizou cruzado e só não marcou porque Viera voou para espalmar.
Mas parou por aí. O Junior voltou a tocar a bola, encontrou espaços pelo lado esquerdo e passou a assustar. Aos oito, Díaz parou em Santos. Pouco depois, Jonathan cedeu escanteio em novo ataque pelo setor. Na cobrança, Jeferson Gómez desviou e Teo Gutiérrez empatou aos 12 minutos.
O ímpeto atleticano se transformou em apatia, e o Junior encurralou o adversário. Aos 14, a defesa errou, e Cantillo ficou de frente para Santos, mas bateu muito mal. Cinco minutos mais tarde, Díaz, sempre pela esquerda, apareceu novamente e parou no goleiro. Aos 21, Teo Gutiérrez recebeu na meia-lua com muita liberdade e jogou rente à trave.
A torcida tentava empurrar, Pablo era o único que incomodava no ataque, mas o completo apagão do Atlético-PR transformou a euforia em murmúrios. A sorte era que o Junior não encontrava o caminho do gol. Barrera, aos 23, foi mais um a ficar de frente para Santos, mas jogou na rede pelo lado de fora.
Ainda que o ritmo tenha diminuído, o time colombiano seguiu dono do jogo até o apito final, que veio como um alento ao Atlético-PR. Novamente empurrado pela torcida e com Rony incomodando pela esquerda, os donos da casa equilibraram o duelo mas a sensação era de que o Junior seguia superior.
Na etapa final da prorrogação, aos três minutos, Yony González aproveitou novamente espaço pela esquerda, foi acionado e derrubado por Santos: pênalti. Barrera foi para a cobrança, buscou o ângulo direito, mas isolou. Sem pernas, os dois times se mostraram satisfeitos com a decisão nos pênaltis.
AFP / Heuler Andrey Barrera, camisa 10 do Junior, desperdiçou cobrança de pênalti no segundo tempo da prorrogação
Fuentes e Teo Gutiérrez perderam logo de cara para o Junior. Jonathan, Raphael Veiga e Bergson converteram para o Atlético-PR. Renan Lodi desperdiçou, mas Thiago Heleno marcou o gol que garantiu o título e escreveu um novo capítulo vitorioso na história do clube.
ATLÉTICO-PR 1 (4) X (3) 1 JUNIOR BARRANQUILLA-COL
ATLÉTICO-PR
Santos, Jonathan, Léo Pereira e Thiago Heleno e Renan Lodi, Bruno Guimarães, Lucho González (Wellington) e Raphael Veiga; Nikão (Bergson), Marcelo Cirino (Rony) e Pablo (Marcinho).
Técnico: Tiago Nunes
JUNIOR BARRANQUILLA-COL
Viera, Fuentes, Rafael Pérez, Marlon Piedrahita e Jefferson Gómez (Ávila); James Sánchez (Yony González), Luis Díaz, Jarlan Barrera (Moreno) e Víctor Cantillo; Luis Narváez e Téo Gutiérrez
Técnico: Julio Comesaña
Gols: Pablo, aos 25min do 1ºT (CAP); Téo Gutiérrez, aos 12min do 2ºT (JUN)
Cartões amarelos: Jonathan e Wellington (Atlético-PR); Yony González, Narváez, Gómez e Piedrahita (Junior)
Local: Arena da Baixada, em Curitiba (PR)
Data: quarta-feira, 12 de dezembro de 2018
Público: 40.263 torcedores
Renda: R$ 2.084.560,00
Árbitro: Roberto Tobar (Chile)
Assistentes: Christian Schiemann (Chile) e Claudio Rios (Chile)
Árbitro de vídeo: Julio Bascuñan (Chile)
Árbitros de vídeo assistentes: Piero Maza (Chile) e Carlos Astroza (Chile)

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