ATLÉTICO

O Atlético deveria ter pago os atletas em 5 de julho, oito dias atrás, mas não realizou o pagamento e está devendo os jogadores que perderam por 2 a 1 para o Bahia na noite de sábado (12/7), na Fonte Nova, pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro. Após o jogo, Guilherme Arana e Lyanco falaram sobre os salários atrasados.

Nos últimos dias, alguns atletas responderam sobre a situação financeira delicada que o Atlético encara. O primeiro foi o ídolo e capitão Hulk. Depois disso, Rony comentou o tema. Desta vez, Guilherme Arana abordou o assunto e pregou confiança nas palavras dos diretores do Galo – recentemente, Bruno Muzzi, CEO atleticano, se reuniu com os jogadores para detalhar o momento.

“Acho que está bem resolvido. O pessoal já passou essas questões para a gente essa semana. A gente tem que fazer o nosso papel, pois somos funcionários do clube e temos um escudo a a zelar. Temos que trabalhar, ser profissional e vencer. Eu acredito que essa situação logo vai normalizar. A gente tem grandes pessoas que trabalham ali ao nosso redor. Temos que nos preocupar aqui dentro das quatro linhas, trabalhar, treinar, aperfeiçoar o que falta e fazer bons jogos”

Guilherme Arana, lateral do Atlético

Além de Arana, outro defensor do Atlético foi parado na zona mista após o duelo com o Bahia e destacou a confiança no que a diretoria alvinegra disse. Lyanco ainda fez questão de frisar que os salários atrasados não interferem no desempenho da equipe em campo.


“É difícil falar. A gente está confiante no que falaram para nós. Eu acho que hoje foi uma prova da forma que a gente jogou, uma prova que queremos ganhar os jogos, independente de tudo que está acontecendo por fora. Da mesma forma que eles têm uma confiança em nós dentro do campo, temos também que dar essa porcentagem de confiança de tudo que falam pra gente”

Lyanco, zagueiro do Atlético
 

Atlético vive situação financeira delicada

O Atlético não irá se posicionar oficialmente sobre o assunto. Assim como em outras oportunidades, esse tema será tratado de forma interna. De toda forma, ainda não há previsão para que o clube quite o que deve ao elenco. 

 Em entrevista coletiva no mês passado, Rafael Menin, principal gestor na Sociedade Anônima do Futebol (SAF), explicou a dificuldade financeira do Atlético.

Além de lidar com um valor expressivo com a dívida de R$ 1,4 bilhão, o clube não conseguiu concluir o alongamento desse débito, o que prejudicou o fluxo de caixa.  

“A gente previa, ao longo do primeiro semestre, fazer uma captação – uma captação significa o alongamento do endividamento – que a gente não conseguiu concluir ainda, infelizmente. O mercado está um pouco mais difícil, eu diria. Um pouco mais hostil. A gente tem um processo em andamento, que infelizmente não foi concluso até maio, que era nossa data prevista. Esse processo deve ser concluído, se tudo correr bem, no fim do terceiro trimestre, ou no começo do quarto trimestre”, afirmou.

“A gente espera resolver essas pendências. Para a gente, como gestores e sócios de outras empresas, empresas de capital aberto, você não sabe o quanto ruim é não honrar um pagamento. E de fato aconteceu. De alguns clubes, a gente atrasou parcelas. Pagamos algumas, não pagamos outras. Deixamos de receber também, isso é bom que se fale. Tinha no nosso fluxo de caixa uma previsão de receber R$ 24 milhões até agora, que nós não recebemos”, concluiu.