A Companhia de Gás do Estado de Minas Gerais (Gasmig) informou que o reajuste de 7% nos preços do gás natural, anunciado nesta semana pela Petrobras, para distribuidoras a partir de agosto será repassado integralmente aos clientes.

 Com o aumento anunciado na última terça-feira (6), a elevação dos preços neste ano chegará a 48%, considerando o aumento anterior, de 39%.O setor industrial, que representa 91% dessa fatia, será o principal impactado.

 O acréscimo foi confirmado ao DIÁRIO DO COMÉRCIO pelo presidente da Gasmig, Pedro Magalhães. Segundo ele, hoje a Gasmig paga R$ 1,7949 por metro cúbico, valor que saltará para R$ 1,9235 por metro cúbico no início do próximo mês, ou seja, aumento de 7,16%. “O mesmo índice de reajuste será repassado para todos setores”, adiantou.

 Já a Petrobras lembrou que o reajuste é contratual e feito a cada três meses, com base nos preços do petróleo, câmbio e da revisão da parcela do transporte, repassada pela empresa. “A referência para esses ajustes é a cotação dos meses de abril, maio e junho. Durante esse período, o petróleo teve alta de 13%, seguindo a tendência de alta das commodities globais; e o real teve valorização de cerca de 4% em relação ao dólar, em consequência, o ajuste será de 7% em R$/m³”, informou a estatal.

 A companhia esclareceu ainda que o preço final do gás natural ao consumidor não é determinado apenas pelo preço de venda da companhia, mas também pelas margens das distribuidoras (e, no caso do GNV, dos postos de revenda) e pelos tributos federais e estaduais. “Além disso, o processo de aprovação das tarifas é realizado pelas agências reguladoras estaduais, conforme legislação e regulação específicas”, completou.

Dessa vez, Magalhães não deu detalhes sobre o repasse do custo para os consumidores. Mas nos reajustes anteriores chegou a afirmar que a estatal mineira estava “analisando e correndo atrás de formas de afetar menos os clientes”, mas que o impacto era inevitável.

 Em abril, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, já havia alegado que o aumento, por mais justificativas que tivesse, contrariava a promessa do governo federal de reduzir o custo do gás natural. “O governo tinha anunciado uma política de redução do preço do gás e, desde que anunciou, só vemos aumentos. É um impacto muito negativo na indústria como um todo”, observou.

 No mês seguinte, em novo aumento, Roscoe voltou a alertar que o reajuste iria prejudicar o setor, impactando a competitividade das empresas, uma vez que o gás natural faz parte da matriz energética da maior parte das organizações. “Vai aumentar os custos das indústrias e isso deve chegar ao consumidor final. Estamos estudando junto ao governo estadual soluções para atenuar a situação”, disse à época.

Fonte: Diário do Comércio -