ENEM

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Danilo Dupas, tentará explicar, hoje, na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, as razões pelas quais 35 servidores da instituição, diretamente ligados à realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), renunciaram aos seus cargos na última segunda-feira. Os técnicos alegaram "fragilidade técnica e administrativa da atual gestão", além de acusarem Dupas de prática recorrente de assédio moral.

Mas a cobrança por responsabilidades pela crise no Inep não se restringirá ao presidente do instituto. Conforme requerimento do deputado Professor Israel Batista (PV-DF), ministro da Educação, Milton Ribeiro, também terá de dar os motivos pelos quais houve a debandada de servidores a duas semanas da realização do certame mais importante para os estudantes secundaristas. Terá de esclarecer, sobretudo, por que não contestou publicamente as acusações que os técnicos fizeram a Dupas.


Ribeiro vem colecionando polêmicas à frente do MEC — sobretudo por conta das acusações de ineficiência e negligência da sua gestão. Uma delas, em agosto passado, atacou a chamada educação inclusiva, quando o ministro afirmou que crianças com autismo deveriam estudar em salas separadas de outros alunos.


"Nós não queremos o inclusivismo. Criticam a minha terminologia, mas é essa mesmo que eu continuo a usar", afirmou, acrescentando que há crianças com grau de deficiência tal que "é impossível a convivência" com as não autistas.