As queimadas na Amazônia ganharam repercussão nacional e internacional após imagens alarmantes serem divulgadas nas redes sociais com a #PrayForAmazon no mês passado. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em agosto o desmatamento na região aumentou 222% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 30.901 focos de incêndio na Amazônia apenas no mês em questão.

O assunto gerou muitas polêmicas e discussões em torno das causas das queimadas e as suas consequências. Por isso, a equipe do podcast Dá Ideia, produzido pela Imaginie, convidou Mariana Vilar, Engenheira Florestal e integrante da Consultoria Internacional do Projeto Gestão Florestal para a Produção Sustentável na Amazônia, para explicar melhor o assunto. 

Segundo Mariana, “hoje já está cientificamente comprovado que a Amazônia tem uma importância enorme na regulação climática mundial e também na questão do ciclo hidrológico.”, os chamados serviços ecossistêmicos.

Porém, nos últimos anos, a Amazônia passou por vários ciclos extrativistas para a produção madeireira, além dos processos de desenvolvimento de infraestrutura para as cidades, por exemplo. A grande maioria dos focos de incêndio  têm causa antrópica, ou seja, são causados por ação humana. Porém, a estação seca pode ajudar na intensificação das queimadas.

Sendo assim, não se pode dizer que as queimadas na Amazônia têm uma causa única. Questões como ausência de fiscalização, fatores políticos e questões climáticas podem ter contribuído para o agravamento da situação. Para Mariana, “todo esse histórico de incêndio, queimada e desmatamento significa que a gente pode estar correndo o risco de sacrificar as próximas gerações em termos da garantia da existência  de água em qualidade e quantidade para seus diversos usos, em termos de regulação climática, de qualidade do ar, e isso tudo interfere diretamente na qualidade de vida das populações.”

A saída para essa situação, para além das medidas emergenciais que já estão sendo tomadas, é a criação de um plano de manutenção das áreas prioritárias para conservação, o fortalecimento das políticas ambientais, a regularização fundiária, a gestão das áreas públicas, além da garantia de capacitação e infraestrutura para que a fiscalização ambiental seja feita de forma efetiva.

Por ser tão recente, é improvável que o tema seja exigido de forma direta na redação do Enem. Porém, além de ter a possibilidade de ser abordado nas questões objetivas do Exame, ele pode ser desenvolvido de outras formas dentro do eixo temático de meio ambiente.

Por isso, é importante que o estudante esteja atento aos dados relacionados ao assunto para construir um ponto de vista bem fundamentado e argumentos fortes em sua produção textual.