Começam a sair as  projeções do prejuízo econômico com as medidas de isolamento social para controle do coronavírus. E elas são assustadoras. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) estima que somente o varejo mineiro perderá R$ 4,45 bilhões entre 23 de março a 10 de abril, ou seja, durante apenas 19 dias de quarentena. Os números representam uma queda de quase 28% no faturamento para o período.

Nesta quarta-feira, 01, a Fecomércio de Minas divulgou um levantamento com empresários do comércio que mostra a extensão dos impactos da crise do coronavírus na economia. De acordo com a pesquisa, 79% dos entrevistados em todo o estado estão sofrendo algum tipo de impacto negativo em seu negócio devido ao avanço da Covid-19, sendo que 60,5% afirmaram ter paralisado suas atividades, a maioria por tempo indeterminado.

Os impactos da crise do coronavírus são disseminados em todos os ramos de atividades. Segundo o levantamento, os empresários afetados no setor de  serviços chegam a 89,5%, no comércio varejista 85,3%, na indústria 84,8%, no comércio atacadista 80,4% e na agricultura 65,6%.

O economista-chefe da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, avalia que os dados refletem perdas em todos os setores, pois eles compõem uma cadeia de atividades básicas para a população. “Sabemos da importância da adoção de medidas para mitigar o avanço do coronavírus, seguidas conforme recomendações dos órgãos de saúde. Mas como a atividade produtiva funciona em cadeia, quando um setor desaquece, vários outros sentem os impactos dessa ociosidade”, ressalta.

Com a paralisação de inúmeras empresas em Minas, os reflexos negativos podem ser contabilizados com a redução do fluxo de vendas, da prestação de serviços e da produção, transtorno relatado por 82% dos empresários. Já a queda no fluxo de clientes, em virtude da restrição de circulação de pessoas, foi sentida por 58,8% dos entrevistados para o levantamento.

“Os resultados acendem o sinal de alerta sobre a adoção de ações que contribuam para minimizar esses impactos, principalmente para as micros e pequenas empresas. Até o momento, 54% dos entrevistados afirmaram que as perdas em vendas, prestação de serviços e produção já estão acima dos 50%. Além disso, 45% afirmaram que os preços praticados por seus fornecedores aumentaram ou irão aumentar em decorrência da quarentena”, explica o economista-chefe.

Para elaborar o levantamento, foram entrevistadas 1.138 empresas dos setores econômicos de Minas Gerais, entre os dias 18 e 26 de março, com a participação de empresários da base de dados da Fecomércio MG.