A mineradora brasileira Vale SA estimou a venda de até 75 milhões de toneladas a menos de minério de ferro e pelotas este ano, depois que várias minas foram suspensas após a segunda explosão de sua barragem em menos de quatro anos.

A estimativa, que é 20 por cento abaixo da previsão anterior, é o mais recente golpe para a Vale devido ao colapso em Brumadinho, que matou cerca de 300 pessoas e forçou o maior exportador de minério de ferro do mundo a demitir seu diretor no início deste mês.

O diretor financeiro da empresa, Luciano Siani, disse em um telefonema com analistas que, no cenário mais otimista, as vendas de 2019 cairiam cerca de 50 milhões de toneladas.

“Retomar a produção não é prioridade da empresa – a prioridade é a segurança de suas operações, das pessoas e das comunidades, mas tenho o dever de compartilhar algumas estimativas com você”, disse ele durante teleconferência no dia seguinte ao anúncio da Vale. ganhos.

A pior perspectiva de vendas abaixo de uma redução de 75 milhões de toneladas ainda deixaria as vendas de 2019 em 307 milhões de toneladas. Isso representaria uma redução substancial da previsão de vendas da empresa de 382 milhões de toneladas para este ano, também divulgada na quinta-feira.

Isso seria bem abaixo do volume de vendas da companhia em 2018, de 366 milhões de toneladas de minério de ferro e pelotas.

As ações da Vale, que abriram em alta, caíram cerca de 1 por cento após a teleconferência.

Analistas do Credit Suisse disseram em uma nota de pesquisa que a abordagem cautelosa da Vale sinalizava que o impacto na produção e nas vendas do desastre poderia superar as expectativas do mercado de 50 milhões a 60 milhões de toneladas.

Siani expressou confiança de que um acordo será fechado com as autoridades nas próximas semanas sobre o reinício de Brucutu, uma das maiores minas do estado de Minas Gerais, onde a barragem de janeiro explodiu e outra semelhante em 2015 aconteceu.

Em um lembrete da atmosfera de tensão continuada no estado, a Vale na noite de quarta-feira ativou alarmes em áreas abaixo de três barragens de rejeitos devido a um risco elevado de ruptura.

Além de colocar muitas comunidades no limite, o desastre também prejudicou a economia brasileira, disse o Banco Central do país nesta quinta-feira, citando o colapso como um dos fatores por trás de uma redução em sua estimativa de crescimento do produto interno bruto para 2019. 

Fonte:opetroleo.com.br