Ilan Goldfajn está na Argentina para participar de reunião do G20 preparatória para a reunião presidencial do grupo, que ocorre em dezembro
O presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn, disse nesta segunda-feira (19), em Buenos Aires, que a situação global é benigna, com crescimento em vários países, como os EUA e a China, e também no Brasil e na Argentina. Goldfajn está na Argentina para participar de reunião do G20 preparatória para a reunião presidencial do grupo, que ocorre em dezembro.
"A posição do Brasil nesse encontro será de ser muito colaborativa com o resto dos países. Vamos discutir essa situação de crescimento lento, de normalização, mas também de observação e monitoração para evitar sobressaltos e riscos futuros", disse, em entrevista a jornalistas, na embaixada do Brasil.
A perspectiva, segundo ele, é que esse crescimento mundial continue. "Precisamos estudar o cenário de juros subindo devagarzinho, se isso vai atrapalhar esse crescimento." Goldfajn disse que não poderia comentar a reunião do Copom.
Um dos temas da discussão nesses dois dias de encontro devem ser as criptomoedas, que Goldfajn prefere chamar de "criptoativos". "Não chamo de moeda porque moeda tem de ter uma estabilidade em seu valor, e também oferecer facilidade de pagamento. Vejo mais como um ativo, e de risco, porque não tem lastro de nenhum Banco Central."
Ainda sobre esse assunto, Goldfajn disse que a ideia no encontro é "olhar o que cada país está fazendo, quais são os benefícios, porque todos somos a favor das tecnologias." Porém, alerta que os riscos de que sejam usados para ações ilícitas existe. "Não podemos mostrar complacência com relação a evasão fiscal e lavagem de dinheiro. Se esse novo canal for usado para isso, temos de agir como agimos com relação a movimentos ilícitos."
Outro alerta com relação aos criptoativos, segundo Goldfajn, é com relação à "volatilidade desse ativo, ele pode subir muito, mas se baixar muito, não terá quem segure. Se alguém estiver pensando em vender sua casa para comprar criptomoedas, eu diria que é um risco enorme".
Questionado sobre o impacto do protecionismo norte-americano no comércio internacional, Goldfajn foi cuidadoso. "É papel do G20 garantir que o comércio internacional siga saudável, sem protecionismo e sem ameaçar o crescimento global. O risco dessa posição de Trump não é só contra os outros países, mas também contra os EUA." Com informações da Folhapress.