A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (28/8) 14 pessoas suspeitas de integrar uma quadrilha que teria movimentado R$ 7,5 bilhões em crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro a partir de duas fintechs. Um dos presos é Patrick Burnett, CEO do Inovebanco, um dos bancos digitais envolvidos.

Burnett é também presidente do Lide Inovação, braço dedicado a tecnologia da organização de empresários fundada pelo ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB). O empresário agora preso era palestrante habitual em eventos do grupo: em um fórum recente, no último dia 13, ele falou sobre inteligência artificial no Rio de Janeiro.

Conforme informações do site O Bastidor, Burnett e Doria tinham uma relação de confiança e fizeram declarações de admiração mútua.

Além de Burnett, também foi preso o empresário José Rodrigues, fundador do T10 Bank, a outra fintech investigada no caso. A PF sustenta que os dois bancos digitais, que atuavam sem autorização do Banco Central, usavam contas em instituições financeiras regulares para transacionar, de forma oculta, para facções criminosas e sonegadores contumazes.

Outro caso

Uma outra figura atuante do Lide já havia protagonizado as páginas policiais em 2022: o empresário Jaime de Paula, fundador da Neoway, do ramo de bigdata, também palestrante habitual em eventos do grupo e pai de Pedro de Paula, ex-presidente do Lide Futuro SC.

Naquele ano, ele concluiu uma delação premiada ao Ministério Público Federal em que detalhou um esquema de corrupção envolvendo a empresa de tecnologia na assinatura de contratos com o governo de Santa Catarina.