O resultado mensal negativo foi puxado principalmente pelo comércio, agropecuária e construção civil

Após dois meses de resultados positivos, o Brasil fechou 43.196 vagas de emprego formal em março deste ano, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados, nesta quarta-feira (24), pelo Ministério da Economia. 

O saldo negativo decorreu de 1.261.177 admissões e 1.304.373 demissões. E contrariou estimativas de geração de vagas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam abertura de 44 mil a 150 mil postos de trabalho, com mediana positiva em 82 mil vagas.

No acumulado do primeiro trimestre, houve abertura de 179.543 postos de trabalho com carteira assinada. Em 12 meses até março, há abertura de 472.117 vagas.

O resultado mensal negativo foi puxado principalmente pelo comércio, que fechou 28.803 postos formais em março, pela agropecuária, com 9.545 vagas fechadas, e pela construção civil, que encerrou 7.781 vagas com carteira assinada.

Indústria de transformação, com fechamento de 3.080 postos, e serviços industriais de utilidade pública, com 662 menos vagas, também contribuíram para o saldo negativo. 

Por outro lado, tiveram saldo positivo a indústria extrativa mineral (+528 postos), serviços (+4.572 postos), e administração pública (+1.575 vagas). 

Salários maiores

O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada teve alta real (descontada a inflação) de 0,12% em março ante fevereiro, para R$ 1.571,58, segundo o Caged. Na comparação março do ano passado, no entanto, houve baixa de 0,51%. 

No acumulado do primeiro trimestre de 2019, há ganho de 1,37% acima da inflação no salário médio de admissão. 

Desempenho negativo nos Estados

Houve fechamento de vagas formais de emprego em 19 das 27 unidades da Federação em março. O pior desempenho foi registrado em Alagoas, com queda de 2,79% do emprego com carteira assinada no mês (fechamento de 9.636 vagas).  

No Sudeste, São Paulo apresentou retração de 0,07%, com encerramento de 8.007 vagas, e o Rio de Janeiro teve baixa de 0,21%, com o fechamento de 6.986 postos. O Espírito Santo apresentou queda de 0,12% do emprego formal, com o encerramento de 843 vagas. Na outra ponta, Minas Gerais foi um dos oito Estados com resultado positivo, com alta de 0,13% do emprego formal (geração de 5.163 vagas).