Do UOL, em São Paulo


O Brasil abriu 61.188 vagas com carteira assinada em fevereiro deste ano, no segundo mês seguido de saldo positivo. Em janeiro, foram 77.822 postos de trabalho abertos.

O resultado é o melhor para o mês de fevereiro desde 2014 (+260.823).

O número de empregos criados é o saldo, ou seja, o total de contratações menos o de demissões no período. Em fevereiro foram 1.274.965 contratações e 1.213.777 demissões. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e foram divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Ministério do Trabalho.

Setor de serviços contrata; comércio demite

De oito setores avaliados pela pesquisa, o setor de serviços criou o maior número de vagas com carteira em fevereiro. O comércio foi o que mais fechou vagas.

  • Serviços: + 65.920
  • Indústria: + 17.363
  • Administração Pública: + 9.553
  • Serviços Industriais de Utilidade Pública: + 629
  • Extrativa Mineral: + 315
  • Construção Civil: - 3.607
  • Agropecuária: - 3.738
  • Comércio: - 25.247

Trabalho intermitente

Segundo o ministério, a reforma trabalhista, em vigor desde 11 de novembro de 2017, "já pode ser identificada nas estatísticas do mercado de trabalho, ainda que de forma incipiente". Pela modalidade de trabalho intermitente, que é a possibilidade de trabalhar sem horário fixo e ganhando apenas pelas horas trabalhadas, foram registradas 2.660 contratações e 569 demissões em fevereiro.

As admissões desse tipo se concentraram no setor de serviços (1.206) e no comércio (585).

Salários

O salário médio de admissão em fevereiro foi de R$ 1.502,68, enquanto a média na demissão foi de R$ 1.662,95. Quando descontada a inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), houve queda de R$ 34,10 (-2,22%) no salário de admissão e crescimento de R$ 25,07 (+1,53%) no salário de desligamento, em comparação a janeiro de 2018.

Resultado em 2017

O Brasil fechou 20.832 vagas com carteira assinada em 2017, terceiro ano seguido no vermelho, apesar do início da recuperação econômica e da vigência das mudanças trabalhistas defendidas pelo governo para impulsionar o número de vagas.

O resultado foi melhor do que os registrados nos dois anos anteriores. Em 2016, o país fechou 1.326.558 vagas e em 2015, 1.534.989.

IBGE faz pesquisa diferente

Os dados divulgados hoje pelo Ministério do Trabalho consideram apenas os empregos com carteira assinada.

Existem outros números sobre desemprego apresentados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que são mais amplos, pois levam em conta todos os trabalhadores, com e sem carteira.

A última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua registrou que o Brasil tinha, em média, 12,7 milhões de desempregados no trimestre de novembro a janeiro.

(Com Reuters)