Com juros altos em oportunidades de petróleo e gás offshore no Brasil, o país conhecido por suas águas profundas e enormes reservas de pré-sal está se preparando para outro conjunto de leilões este ano.

O principal, segundo Marcio Felix, secretário do ministério de Minas e Energia do Brasil, é o leilão de área na área de Transferência de Direitos. Previsto para 28 de outubro, o leilão vai oferecer contratos de partilha de produção para os campos de Atapu, Búzios, Itapu e Sépia, que juntos supostamente abrigam até 15 Bboe.

“Estou confiante de que a rodada de licitações da Transferência de Direitos será um ponto de virada na história do Brasil no exterior”, disse Felix na OTC 2019, observando que a rodada ocorrerá um dia antes da OTC Brasil. O lucro mínimo do petróleo varia de 19,82% para Itapu a 27,65% para o Sépia, com bônus de assinatura fixos variando de US $ 448 milhões para Itapu a cerca de US $ 17 bilhões para Búzios.

O leilão de recursos excedentes de hidrocarbonetos vem depois de mais de cinco anos de discussão, o que resultou em um acordo entre o governo brasileiro e a estatal Petrobras sobre a área. Em questão estava um contrato, assinado em 2010 pela Petrobras, no qual o governo trocou direitos exploratórios sobre a área de pré-sal pelo patrimônio da Petrobras.

As mudanças nos preços do petróleo ao longo dos anos impactaram as revisões dos contratos quando os campos da Transferência de Direitos tornaram-se comercialmente viáveis. As notícias dos dois concordando com um contrato revisado, que concedeu à Petrobras US $ 9,058 bilhões, ocorreram em abril, abrindo caminho para o leilão de outubro.

Investidores em potencial também têm a oportunidade de concorrer em blocos durante a 16ª rodada de licitações, prevista para 10 de outubro. Durante essa rodada, sob o modelo de concessão, serão oferecidos 36 blocos de 29.912 quilômetros quadrados (11.549 milhas quadradas). As áreas incluem as bacias Pernambuco-Paraíba, Jacuípe, Camamu-Almada, Campos e Santos. O leilão é uma enorme oportunidade de investimento que já atraiu investidores em todo o mundo, dada a proximidade de alguns dos blocos perto do polígono do pré-sal ou perto de recentes descobertas de petróleo, disse Felix.

A sexta rodada de pré-venda de compartilhamento de produção acontecerá no dia 7 de novembro, quando serão feitas licitações para a Aram, Bumerangue, Cruzeiro do Sul, Sudoeste de Sagitário e Norte de Brava. O óleo mínimo de lucro varia de 22,87% a 36,98%. A Petrobras tem direito de preferência e operatividade (30% de participação) nos blocos Aram, Sudoeste de Sagitário e Norte de Brava.

“Tenho 100% de certeza, e digo que, em nome do ministro [Bento] Albuquerque, as rodadas de licitação a serem realizadas no Brasil no segundo semestre serão um avanço na indústria mundial de petróleo”, disse Felix.

Felix fez o discurso para Albuquerque, que não pôde comparecer à OTC, mas transmitiu uma mensagem em vídeo aos participantes do que ele chamou de a capital do petróleo e do gás no mundo, o Rio de Janeiro.

“Os gigantescos volumes de petróleo desses campos atrairão toda a participação das principais empresas nessas rodadas”, disse Felix, acrescentando que isso significa geração de empregos para o Brasil.

Isso ocorre no momento em que o Brasil trabalha para reformar seu setor de gás natural, com o objetivo de colocar gás – incluindo o gás associado dos campos de pré-sal – para uso.

“Temos diante de nós uma oportunidade sem precedentes para promover uma revolução no setor de gás”, disse Felix, comparando-a à transformação feita pelo gás de xisto nos EUA.

O chamado “Novo Mercado de Gás” é baseado em pilares que incluem a promoção da concorrência, a integração do fornecimento de gás à rede elétrica e industrial e a harmonização regulatória entre os governos federal e estadual. Os resultados esperados, segundo a apresentação, incluem a “monetização do gás natural a partir do pré-sal, Sergipe Alagoas e outras bacias, atraindo investimentos intermediários, tornando a energia acessível ao promover usinas a gás natural e fomentar a indústria”.