SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Nubank anunciou nesta quarta-feira (9) as condições oferecidas para os clientes nas renegociações de dívidas no programa Desenrola.

Segundo a fintech, há opção de pagamento à vista com descontos de até 98% do valor devido, parcelamentos em até 36 vezes e entrada e datas de vencimento flexíveis.

Haverá possibilidade de escolha entre diferentes modelos de acordo, considerando valor de entrada, data de vencimento e prazo.

O Nubank informou também que vai limpar o nome do cliente inadimplente em até cinco dias úteis após o pagamento da entrada.

Os clientes podem iniciar o processo de renegociação diretamente pelo aplicativo da fintech ou pelos canais oficiais como o chat do app e o telefone, nos números 4020 0185 (regiões metropolitanas) e 0800 591 2117 (demais regiões). A negociação também pode se dar pelas plataformas Acordo Certo e Serasa Limpa Nome.

A fintech foi uma das últimas instituições de grande porte a confirmar sua participação no programa, no dia 19 de julho.

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) chegou a declarar que o número de brasileiros com dívidas de até R$ 100 que poderia ficar com o nome limpo tinha potencial para chegar a 2,5 milhões se o Nubank aderisse ao programa.

Pelas regras do programa, o cliente que deve até R$ 100 tem o nome retirado da lista de inadimplentes assim que aderir ao Desenrola, caso não tenha dívidas de outras origens como luz, água e lojas.

"Tem um banco só que estava em dúvida se aderia ou não, porque viu pouca vantagem no crédito presumido, e tem 1 milhão de CPFs negativados", disse o ministro em referência ao Nubank, dias antes de a fintech anunciar a adesão.

A faixa 2 do programa do governo federal começou no dia 17 de julho. Na faixa 2, pode aderir quem tem dívida bancária que gerou o nome sujo entre 1º de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2022.

O participante deve ganhar entre R$ 2.640 (dois salários mínimos) e R$ 20 mil por mês, e terá prazo mínimo de 12 meses para pagar. A quantidade de parcelas e a taxa de juros serão negociadas com o banco.

Também está previsto, para setembro, o lançamento da faixa 1, que vai englobar dívidas bancárias e não bancárias de até R$ 5.000 de famílias com renda de até dois salários mínimos (R$ 2.640).

Balanço da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) divulgado na segunda-feira (7) indica que a renegociação de dívidas na terceira semana de vigência do Desenrola Brasil mais que dobrou em relação às duas semanas anteriores e alcançou R$ 5,4 bilhões em volume financeiro.

O total de contratos de dívidas negociados chegou a 905 mil, mais que duas vezes os 400 mil contratos verificados até o dia 30 de julho. A adesão ao programa vai até 31 de dezembro.

A expectativa do governo é que 30 milhões de pessoas sejam beneficiadas e que R$ 50 bilhões possam ser renegociados.

Na avaliação de especialistas, o Desenrola Brasil deve favorecer um aumento na concessão dos empréstimos pelos bancos, e, ao mesmo tempo, reduzir o nível de inadimplência nas carteiras.