Minas Gerais é o estado que teve o segundo maior número de pedidos de seguro-desemprego em março, de 52.337. O estado está atrás apenas de São Paulo, que registrou 165.632 solicitações. O Rio de Janeiro é o terceiro, com 41.628 pedidos. Os dados foram repassados pelo secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo.  

Na primeira quinzena de abril, foram 90.592 pedidos em São Paulo, 34.689 em Minas Gerais e 22.435 solicitações no Rio de Janeiro.

Por setores, Dalcolmo frisou que os resultados estão em linha como os padrões históricos, assim como os números gerais. Segundo a Economia, considerando pedidos que estão represados, o aumento das solicitações, no acumulado do ano até a primeira quinzena de abril em relação ao mesmo período de 2019, seria de cerca de 150 mil, em meio à crise do coronavírus. Considerando os pedidos já recebidos, há queda de 8,7% nessa base de comparação.

De acordo com o secretário, 39% das solicitações foram feitas por empregados do setor de serviços, 29,2%, do comércio, 17% da indústria e 6,3% da agropecuária, considerando os dados de março.

O Ministério vai divulgar atualizações dos números de forma quinzenal, considerando a intensidade do impacto do novo coronavírus no curto prazo. O assessor da Secretaria de Trabalho da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, Luís Felipe Batista de Oliveira, admitiu que pode haver aumento dos pedidos de seguro-desemprego nas próximas quinzenas.


Caged

Bruno Dalcolmo reconheceu que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) é a principal base do mercado de trabalho formal do Brasil, mas que, no momento, com muitas empresas e escritórios de contabilidade fechados, fica difícil a coleta de informações para que se tenha uma base fidedigna.

Nesse sentido, o secretário afirmou que os dados do seguro-desemprego, informados nesta terça-feira em coletiva, são os melhores para analisar o cenário atual em meio à crise do coronavírus. "Queríamos ter divulgação do Caged todos os meses, mas dado tem que ser fidedigno. Não é razoável que tenhamos essa divulgação agora." A última divulgação dos dados do Caged ocorreu em janeiro, referente ao mês de dezembro.

Segundo Dalcolmo, outras instituições, como FGV, IPEA e IBGE, estão coletando dados, enquanto o Ministério está atuando junto ao Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e à Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon) para sensibilizar contadores da necessidade de reportar dados. "A alternativa seria multar todo mundo, não seria razoável, não é o momento de criar mais burocracia, e, sim, de solucionar o problema", avaliou.