Ele disse que a intervenção no mercado de câmbio visando o controle da cotação da moeda tem se mostrado "ineficiente", não só no Brasil como em outros países
O ministro da Fazenda e presidenciável, Henrique Meirelles, afirmou que medida que funciona na economia é a que gera crescimento e emprego. Em uma conversa com internautas pelo Twitter, o ministro foi questionado sobre como ganhar votos com propostas corretas, mas possivelmente impopulares, sem mentir ou prometer absurdos em campanhas.
Em resposta, o ministro disse que, em primeiro lugar, era preciso definir o que é medida popular e o que é medida populista. "Medida popular é aquela que funciona na economia, gera crescimento e emprego. Medidas populistas são aquelas que visam ganhar simpatia num primeiro momento e que tendem a falhar e fracassar em seguida. Portanto, é importante tomar medidas que não sejam populistas, oportunistas, mas que gerem crescimento da economia, inflação baixa e emprego e produção em alta. Isto sim merece e é levado em conta pela população. De fato é o que interessa a cada um: emprego e inflação baixa", afirmou ele, que entre os compromissos previstos de agenda nesta quarta-feira em São Paulo, tem a visita a sede do Twitter e encontro com a diretora-geral da empresa no Brasil, Fiamma Zarife.
Câmbio
O ministro foi também questionado pelos movimentos de intervenção no câmbio, feitos durante o governo Dilma Rousseff e sobre qual seria a sua política cambial. Meirelles respondeu que o Banco Central pode agir no mercado de câmbio com duas finalidades apenas: ou intervir em processo de falta de liquidez ou para acumular reserva.
Ele disse ainda que a intervenção no mercado de câmbio visando o controle da cotação da moeda tem se mostrado "ineficiente", não só no Brasil como em outros países.
Carga tributária
Meirelles foi questionado ainda sobre a carga tributária do País, se ele não a consideraria demasiadamente alta. O ministro afirmou que a maneira de diminuir a carga tributária no Brasil é cortar despesas. "Estamos conseguindo isso com imposição de um teto para aumento dos gastos públicos, que é menor do que o crescimento esperado para o produto brasileiro nos próximos anos. Além disso, existem uma série de reformas como por exemplo a da previdência, que elimina os privilégios e faz com que todos estejam dentro mesmo sistema de aposentadoria. Portanto, é fundamental sim a eliminação de privilégios e cortar despesas ao mesmo tempo para diminuir a carga tributária brasileira", disse.
Eletrobras
O ministro da Fazenda e presidenciável afirmou que a privatização da Eletrobras foi proposta para repetir no País o que foi feito com a Telebrás. Lembrou que, antes da privatização do sistema Telebrás, não havia disponibilidade de linhas telefônicas, o que encarecia muito o serviço.
"Uma linha telefônica no Brasil chegou a custar milhares de dólares", disse o ministro, destacando que hoje não é cobrado nenhum valor pela linha telefônica, mas só pelo uso.
"Isso está sendo proposto com a Eletrobras e, portanto, teremos energia mais barata, maior capitalização do sistema e maior disponibilidade para todos", afirmou o ministro, em resposta a uma pergunta sobre se haveria mais privatizações antes do próximo mandato presidencial. Com informações do Estadão Conteúdo.