array(31) {
["id"]=>
int(130110)
["title"]=>
string(73) "Maior fabricante de cimento do mundo, Lafarge-Holcim pode deixar o Brasil"
["content"]=>
string(6755) "INDÚSTRIA
Embora não confirme, o grupo franco-suíço LafargeHolcim, maior fabricante de cimento do mundo, pode estar se preparando para deixar o Brasil.
O grupo anunciou o plano de vendas de todos os seus ativos no país, inclusive fábricas localizadas em Barroso, Pedro Leopoldo e Montes Claros, em Minas Gerais.
A empresa emprega cerca de 1.600 trabalhadores no país, sendo mais de 400 só em Minas Gerais.
“Acredito que sair do Brasil esteja relacionado com a perspectiva macro, da dificuldade de operar no país, em que se tem pouco incentivo e as leis mudam a todo momento. De qualquer forma, é uma perda enorme”, avaliou o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe.
O comunicado da saída da empresa vem acompanhado de diversas multinacionais que têm deixado o país nos últimos meses.
Em janeiro, a Ford informou que encerraria sua produção no país, após mais de cem anos de funcionamento e com a demissão de 5.000 pessoas.
Em março, foi a vez de a Sony fechar sua fábrica na Zona Franca de Manaus, após 48 anos. A LG e Mercedes-Benz também anunciaram a saída do Brasil em meio à crise econômica.
Temor. Para o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário do Estado de Minas Gerais (Feticom-MG), Wilson Geraldo, apesar de não se ter informações sobre demissões, produção e prazo para que as transações sejam concluídas, a notícia é preocupante.
“A empresa tem acordos coletivos e salários muito bons. O nosso temor é que, com a venda, essa tradição seja interrompida, porque sempre há mudanças quando esses processos ocorrem, e muitas vezes há fechamento de fábricas”, afirma o também presidente do sindicato de Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo Geraldo, a entidade já solicitou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) detalhes de como será conduzida a venda dos ativos. “A questão é que tudo está sendo decidido pela matriz na Suíça. É uma perda enorme para o país”, diz.
Procurada, a Prefeitura de Barroso, onde está uma das principais operações da multinacional no Estado, informou que não foi comunicada oficialmente sobre a possível saída da empresa do país e que, por isso, aguarda uma confirmação para se pronunciar.
A Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Serviços (Acib) da cidade também afirmou que vai aguardar um comunicado oficial da empresa para comentar o caso.
Só em Barroso, a estimativa é que a empresa seja responsável pelo emprego direto e indireto de mais de 400 pessoas.
Por meio de nota, a Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais, vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, destacou que também não foi informada sobre a decisão da empresa de parar suas atividades no Estado.
A Lafarge-Holcim informou à reportagem que não iria comentar o assunto.
Venda estaria relacionada a prejuízos
A saída da empresa do país pegou empresários de surpresa, porque as vendas de cimento no país tiveram crescimento de 19% no primeiro trimestre deste ano.
Segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), foram vendidas 15,3 milhões de toneladas no período, sendo 5,5 milhões somente em março.
Na comparação entre março de 2021 e março de 2020 o crescimento registrado foi de 34,6%.
Mas, para o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, a possível venda de ativos da empresa no país pode estar ligada a prejuízos.
"É muito difícil uma indústria decidir sair, porque o investimento industrial é imobilizado, ninguém sai se não tiver um prejuízo razoável. Uma empresa que anuncia que quer vender (seus ativos) e sair do país, ela quer liquidar, ela não está vendendo por oportunidade. É uma perda enorme”, pontuou.
Segundo uma fonte informou ao “Estadão”, a saída da Lafarge-Holcim do Brasil pode não ser fácil, porque o setor é muito concentrado, o que deve levar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a barrar o negócio, caso seja fechado com alguma concorrente de grande porte.
Já empresas menores não teriam fôlego financeiro para a aquisição.
A venda das operações locais nos planos da Lafarge-Holcim vem ocorrendo de forma gradual desde 2015.
Na época, o grupo vendeu ativos avaliados em cerca de US$ 350 milhões para o grupo irlandês CRH, o que diminuiu consideravelmente seu porte no Brasil.
À época, o pacote de venda incluiu três fábricas de cimento (Matozinhos e Arcos Jazida, da Lafarge, e Cantagalo, da Holcim), duas estações de moagem (Arcos Cidade e Santa Luzia, da Lafarge) e uma indústria de mistura pronta de cimento (Pouso Alegre, da Holcim).
(Com agências)
"
["author"]=>
string(24) "LETÍCIA FONTES /O TEMPO"
["user"]=>
NULL
["image"]=>
array(6) {
["id"]=>
int(580215)
["filename"]=>
string(16) "holcimemento.jpg"
["size"]=>
string(5) "30610"
["mime_type"]=>
string(10) "image/jpeg"
["anchor"]=>
NULL
["path"]=>
string(9) "politica/"
}
["image_caption"]=>
string(147) " A Lafarge-Holcim mantém fábricas em Barroso, Pedro Leopoldo e Montes Claros, além de possuir filiais em Barbacena e Uberaba /Foto: Divulgação"
["categories_posts"]=>
NULL
["tags_posts"]=>
array(0) {
}
["active"]=>
bool(true)
["description"]=>
string(103) "Grupo franco-suíço emprega 1.600 pessoas no país, sendo 400 em Minas Gerais
"
["author_slug"]=>
string(22) "leticia-fontes-o-tempo"
["views"]=>
int(166)
["images"]=>
NULL
["alternative_title"]=>
string(0) ""
["featured"]=>
bool(false)
["position"]=>
int(0)
["featured_position"]=>
int(0)
["users"]=>
NULL
["groups"]=>
NULL
["author_image"]=>
NULL
["thumbnail"]=>
NULL
["slug"]=>
string(72) "maior-fabricante-de-cimento-do-mundo-lafarge-holcim-pode-deixar-o-brasil"
["categories"]=>
array(1) {
[0]=>
array(9) {
["id"]=>
int(440)
["name"]=>
string(8) "Economia"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(8) "economia"
}
}
["category"]=>
array(9) {
["id"]=>
int(440)
["name"]=>
string(8) "Economia"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(8) "economia"
}
["tags"]=>
NULL
["created_at"]=>
object(DateTime)#539 (3) {
["date"]=>
string(26) "2021-06-05 19:18:27.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["updated_at"]=>
object(DateTime)#546 (3) {
["date"]=>
string(26) "2021-06-05 19:18:27.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["published_at"]=>
string(25) "2021-06-05T19:20:00-03:00"
["group_permissions"]=>
array(4) {
[0]=>
int(1)
[1]=>
int(4)
[2]=>
int(2)
[3]=>
int(3)
}
["image_path"]=>
string(25) "politica/holcimemento.jpg"
}
INDÚSTRIA
Embora não confirme, o grupo franco-suíço LafargeHolcim, maior fabricante de cimento do mundo, pode estar se preparando para deixar o Brasil.
O grupo anunciou o plano de vendas de todos os seus ativos no país, inclusive fábricas localizadas em Barroso, Pedro Leopoldo e Montes Claros, em Minas Gerais.
A empresa emprega cerca de 1.600 trabalhadores no país, sendo mais de 400 só em Minas Gerais.
“Acredito que sair do Brasil esteja relacionado com a perspectiva macro, da dificuldade de operar no país, em que se tem pouco incentivo e as leis mudam a todo momento. De qualquer forma, é uma perda enorme”, avaliou o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe.
O comunicado da saída da empresa vem acompanhado de diversas multinacionais que têm deixado o país nos últimos meses.
Em janeiro, a Ford informou que encerraria sua produção no país, após mais de cem anos de funcionamento e com a demissão de 5.000 pessoas.
Em março, foi a vez de a Sony fechar sua fábrica na Zona Franca de Manaus, após 48 anos. A LG e Mercedes-Benz também anunciaram a saída do Brasil em meio à crise econômica.
Temor. Para o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário do Estado de Minas Gerais (Feticom-MG), Wilson Geraldo, apesar de não se ter informações sobre demissões, produção e prazo para que as transações sejam concluídas, a notícia é preocupante.
“A empresa tem acordos coletivos e salários muito bons. O nosso temor é que, com a venda, essa tradição seja interrompida, porque sempre há mudanças quando esses processos ocorrem, e muitas vezes há fechamento de fábricas”, afirma o também presidente do sindicato de Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo Geraldo, a entidade já solicitou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) detalhes de como será conduzida a venda dos ativos. “A questão é que tudo está sendo decidido pela matriz na Suíça. É uma perda enorme para o país”, diz.
Procurada, a Prefeitura de Barroso, onde está uma das principais operações da multinacional no Estado, informou que não foi comunicada oficialmente sobre a possível saída da empresa do país e que, por isso, aguarda uma confirmação para se pronunciar.
A Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Serviços (Acib) da cidade também afirmou que vai aguardar um comunicado oficial da empresa para comentar o caso.
Só em Barroso, a estimativa é que a empresa seja responsável pelo emprego direto e indireto de mais de 400 pessoas.
Por meio de nota, a Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais, vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, destacou que também não foi informada sobre a decisão da empresa de parar suas atividades no Estado.
A Lafarge-Holcim informou à reportagem que não iria comentar o assunto.
Venda estaria relacionada a prejuízos
A saída da empresa do país pegou empresários de surpresa, porque as vendas de cimento no país tiveram crescimento de 19% no primeiro trimestre deste ano.
Segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), foram vendidas 15,3 milhões de toneladas no período, sendo 5,5 milhões somente em março.
Na comparação entre março de 2021 e março de 2020 o crescimento registrado foi de 34,6%.
Mas, para o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, a possível venda de ativos da empresa no país pode estar ligada a prejuízos.
"É muito difícil uma indústria decidir sair, porque o investimento industrial é imobilizado, ninguém sai se não tiver um prejuízo razoável. Uma empresa que anuncia que quer vender (seus ativos) e sair do país, ela quer liquidar, ela não está vendendo por oportunidade. É uma perda enorme”, pontuou.
Segundo uma fonte informou ao “Estadão”, a saída da Lafarge-Holcim do Brasil pode não ser fácil, porque o setor é muito concentrado, o que deve levar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a barrar o negócio, caso seja fechado com alguma concorrente de grande porte.
Já empresas menores não teriam fôlego financeiro para a aquisição.
A venda das operações locais nos planos da Lafarge-Holcim vem ocorrendo de forma gradual desde 2015.
Na época, o grupo vendeu ativos avaliados em cerca de US$ 350 milhões para o grupo irlandês CRH, o que diminuiu consideravelmente seu porte no Brasil.
À época, o pacote de venda incluiu três fábricas de cimento (Matozinhos e Arcos Jazida, da Lafarge, e Cantagalo, da Holcim), duas estações de moagem (Arcos Cidade e Santa Luzia, da Lafarge) e uma indústria de mistura pronta de cimento (Pouso Alegre, da Holcim).
(Com agências)