O Grupo Latam Airlines decidiu incluir a operação brasileira no processo de recuperação judicial, solicitado em um tribunal de Nova York, em 26 de maio. A decisão foi tomada devido à recuperação mais lenta que o esperado no setor aéreo e à demora na liberação do empréstimo da ordem de R$ 2 bilhões negociado com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e bancos privados.

O grupo também fechou um empréstimo de US$ 1,3 bilhão com a Oaktree Capital Management e suas empresas afiliadas. O empréstimo será no modelo DIP (debtor-in-possession, em inglês), que dá ao credor prioridade para quitar dívidas na recuperação judicial. O valor se soma aos US$ 900 milhões de empréstimo DIP anunciados pelas famílias Cueto e Amaro e pela Qatar Airways. Os controladores da Latam podem ampliar o valor em mais US$ 250 milhões, se houver aval da justiça americana.

O Brasil representa 50% das operações do grupo. Quando entrou com o pedido nos EUA, o grupo considerou que isso facilitaria as negociações com o BNDES. A recuperação judicial também inclui as operações de Chile, Colômbia, Peru, Equador e EUA. Ficaram de fora a operação da Argentina, encerrada em junho, e do Paraguai.

A Latam Brasil tem um passivo total em torno de R$ 13 bilhões, incluindo cerca de R$ 6 bilhões em passagens vendidas a clientes que ainda não voaram. Parte desse valor deve ser reembolsado em 2021. Dívidas com parceiros e fornecedores somam R$ 7 bilhões. Desse montante, cerca de R$ 3 bilhões são devidos a empresas de arrendamento. O restante são débitos com fornecedores, provedores de serviços, bancos e outros. (VALOR ECONÔMICO)