O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta quinta-feira (16) que vai fechar seu escritório no Brasil em acordo com o governo, em meio a duras críticas do ministro da Economia, Paulo Guedes, à instituição. 


'O FMI concordou com as autoridades brasileiras em encerrar o nosso escritório de representação em Brasília até 30 de junho de 2022', afirmou a organização em nota, confirmando um anúncio antecipado na quarta-feira por Guedes. 


O acordo de assistência financeira entre o FMI e o Brasil foi concluído em 2005. No entanto, 'o escritório foi mantido para facilitar o diálogo entre o corpo técnico do Fundo e as autoridades', explicou a nota. 


O Ministério da Economia comunicou ao Fundo que a partir de 1º de julho de 2022 'não será mais necessário manter escritório de Representação do FMI em Brasília. O Fundo mantém escritórios apenas em países com os quais tem programa ativo, o que torna obsoleta a manutenção de um escritório no país', afirmou em uma declaração.


O ministro Guedes antecipou a decisão durante encontro com empresários em São Paulo. 


'Vou dizer até com delicadeza que nós estamos dispensando o FMI. Eles estão aqui há bastante tempo, havia bastante desequilíbrio. E eu assinei: pode voltar', disse o ministro na quarta-feira. 


'Vieram aqui para prever uma queda de 9,7%, e a Inglaterra ia cair 4%. Nós caímos 4%, a Inglaterra, 9,7%. Achamos melhor eles fazerem previsões em outro lugar', disse Guedes.


Em 12 de outubro, o FMI projetava um crescimento econômico de 5,2% para o Brasil neste ano, número um pouco inferior à projeção anterior. 


A expectativa do mercado é de expansão econômica de 4,65% neste ano, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central, abaixo dos 5,3% esperados em julho. 


Em 2020, quando a pandemia atingiu a economia de forma direta, o PIB caiu 4,1%.