COMÉRCIO EXTERIOR

Nos próximos cinco anos, um grupo de 14 empresas francesas planeja investir cerca de R$ 100 bilhões no Brasil. A cifra foi divulgada pelo presidente da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), Jorge Viana, durante o encerramento do Fórum Econômico Brasil-França, em Paris.

Em entrevista ao UOL, Viana disse que o valor foi anunciado ao presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião com os executivos dessas empresas, dentro da agenda de encontros da comitiva brasileira em sua visita oficial ao país. O consolidado foi apresentado pelo presidente do conselho de administração da Engie, Jean-Pierre Clamadieu, que também integra o conselho da Business France, espécie de versão francesa da Apex. Com sede na França, a Engie está entre as maiores empresas privada de energia do Brasil.

Nas viagens ao exterior, o presidente tem buscado enfatizar o resultado comercial trazido por sua presença pessoal, como ocorreu na China, no mês passado. Marcaram presença em Paris nesta semana os empresários Marcos Molina, fundador da Marfrig, Wesley e Joesley Batista, da J&F Investimentos, e Rubens Ometto, do grupo Cosan, bem como executivos de empresas como Porto de Açu, BRF, Braskem , Vale, Engie, Schneider Electric, BB Seguridade e Caixa Seguridade. Ao encerrar o fórum, o presidente enfatizou o interesse de o Brasil reforçar os laços com a França. 

Lula não citou os Estados Unidos ou a gestão de Donald Trump, que tem usado o aumento de tarifas numa nova escalada da guerra comercial global, mas afirmou que a economia não precisa de quem impõe taxação de forma desordenada. O presidente destacou a independência dos países. "O mundo não tem dono, cada país é soberano e faz o que quiser", afirmou.

Do lado da França, o ministro delegado para o Comércio Exterior e os Franceses no Exterior, Laurent Saint-Martin, mostrou que o país tem a mesma disposição. Saint-Martin reforçou que há 1.300 empresas francesas atuando no Brasil, que geram 500 mil empregos, e que é preciso ampliar o comércio bilateral entre os dois países. Hoje está na casa de US$ 10 bilhões, mas o potencial é maior.