VISTO AMERICANO

A partir do dia 30 de maio o visto americano ficará mais caro, segundo a Embaixada dos Estados Unidos e o Consulado Americano em São Paulo. A taxa para o visto de turismo/negócios (categoria B1 B2) passará dos atuais US$ 160 para US$ 185. Um aumento de cerca de R$ 125 para o brasileiro. O valor total chegará a R$ 925. 

Segundo informações do consulado, as taxas para vistos de outras categorias que não são baseadas em petição, como de estudante e visitante de intercâmbio, também terão aumento de US$ 160 para US$ 185.

A taxa para vistos de não imigrantes baseados em petição para trabalhadores temporários aumentará de US$ 190 para US$ 205 e o visto de investidor (categoria E) aumentará de US$ 205 para US$ 315 — cerca de US$ 1.575.

No Brasil, as embaixadas e os consulados dos Estados Unidos estão em segundo lugar entre os que mais receberam solicitações em 2022. Um cidadão de outro país que queira entrar nos Estados Unidos geralmente precisa primeiro obter um visto dos EUA, que é colocado no passaporte. 

Rodrigo Lins, pesquisador da Imigração americana explica que o aumento do preço do visto segue a tentativa do presidente estadunidense, Joe Biden, em conter o acesso aos Estados Unidos.  

"Existe uma política agora atual do Biden para tentar conter a imigração e o acesso aos Estados Unidos de modo geral seja pela fronteira, seja pelo aeroporto. Diversas medidas já tem sido adotadas pela gestão Biden. Inclusive nos aeroportos com o escrutínio maior de perguntas que são feitas para quem viaja como turista com os vistos B1 e B2, principalmente para saber quanto tempo a pessoa vai ficar, qual o endereço que a pessoa vai ficar."

Para o economista André Braz da Fundação Getúlio Vargas (FGV) o aumento do visto não vai impactar no turismo e não vai diminuir o fluxo de migração do Brasil para os Estados Unidos. "A despesa de uma viagem para o território americano dificilmente será adiada por esse aumento no visto. É natural de tempos em tempos, haver uma correção no preço desse serviço. Tudo sofre com a inflação, mas isso não atrapalha os planos de quem está viajando."

Tempo de espera

O tempo para agendar o visto começou aumentar após o efeito direto da pandemia de covid-19 que impactou o funcionamento das missões diplomáticas. Os Estados Unidos deixaram de emitir o documento para estrangeiros no período de restrições mais severas;

De acordo com um levantamento da consultoria especializada em educação internacional STB, em 2022, o setor de intercambio avançou cerca de 30%, na comparação com o período pré-pandêmico - 2019.

Os países mais procurados no ano passado foram Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Austrália - este último apontado como uma tendência para 2023. Um outro destino que despontou foi a Holanda, que vem adotando política recente de “trocar” de nome, se identificando como Países Baixos.