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Os mercados financeiros mundiais viveram uma semana sombria, devido às consequências devastadoras para a economia do coronavírus, e algumas bolsas registraram quedas sem precedentes desde a crise de 2008.
As perdas sofridas pelas ações europeias desde sexta-feira passada - cerca de 12% a 13% - são as mais importantes desde a crise financeira de 2008-2009, quando a economia entrou em recessão.
Na Europa, Paris encerrou o pregão desta sexta-feira em queda de 3,38%, Frankfurt -3,86%, Londres -3,39%, Madri -2,92% e Milão -3,58%.
Outros sinais são igualmente preocupantes, como o nível do índice de volatilidade VIX (ou "índice do medo"), o mais alto desde 2011, ano da crise da dívida pública na zona do euro.
"Em um contexto de mercados supervalorizados, o que temíamos ocorreu: o choque financeiro causado pela disseminação do vírus fora da China é muito forte, o que dá uma nova dimensão à crise", ressalta a analista Véronique Riches-Flores.
É uma crise financeira, "por muito tempo temida que, se prolongada, terá consequências potencialmente mais prejudiciais do que a própria epidemia da COVID-19", acrescenta.
Após o colapso de Wall Street (-4,42% para o Dow Jones e S&P 500, -4,61% para o Nasdaq) na quinta-feira, os mercados asiáticos também caíram (-4% para Tóquio e Xangai; -5% para Shenzhen). Na esteira dessa tendência, as praças europeias abriram nesta sexta-feira com pesadas perdas, em torno de 3%.
Com isso, "apaga-se quase todo movimento ascendente desde o verão passado (boreal), e isso em apenas uma semana", destaca Tangi Le Liboux, estrategista da Aurel BGC.
Para o futuro, "o risco é importante, porque a epidemia continua a se espalhar, ameaçando um número crescente de regiões ao redor do mundo, incluindo os Estados Unidos", a primeira economia global, à frente da China, aponta Riches-Flores.
Até pouco tempo, a China era o único foco da epidemia, mas o risco se multiplicou com o surgimento de novos surtos, como na Coreia do Sul, no Irã e na Itália.
Os últimos países que entraram na lista são Holanda, Bielorrússia, Nova Zelândia e Nigéria, o primeiro país com pessoas infectadas na África subsaariana.
Segundo vários analistas, não é tanto a gravidade da epidemia que preocupa, mas as medidas tomadas para contê-la, especialmente prejudiciais à economia.
"O impacto econômico é totalmente imprevisível. E é essa situação que faz as bolsas caírem", explica Le Liboux.
Nesse contexto, os investidores estão se voltando para valores-refúgio, principalmente obrigações do Estado, ou ouro.
Enquanto isso, os preços do petróleo continuavam em queda nesta sexta, devido às possíveis consequências da epidemia do novo coronavírus para a demanda mundial.
O barril de Brent do Mar do Norte para entrega em abril perdia 3,58% em Londres, em comparação com quinta-feira, a US$ 50,32 por barril.
Em Nova York, o barril de WTI caía 6,01%, a US$ 44,26.
Os preços do petróleo já tiveram cinco sessões consecutivas de perdas e, em uma semana, já acumulam uma queda de cerca de 15%.
A situação representa um desafio para a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, que se reunirão na próxima quinta e sexta-feiras em Viena, sede do cartel.
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As perdas sofridas pelas ações europeias desde sexta-feira passada - cerca de 12% a 13% - são as mais importantes desde a crise financeira de 2008-2009, quando a economia entrou em recessão.
Na Europa, Paris encerrou o pregão desta sexta-feira em queda de 3,38%, Frankfurt -3,86%, Londres -3,39%, Madri -2,92% e Milão -3,58%.
Outros sinais são igualmente preocupantes, como o nível do índice de volatilidade VIX (ou "índice do medo"), o mais alto desde 2011, ano da crise da dívida pública na zona do euro.
"Em um contexto de mercados supervalorizados, o que temíamos ocorreu: o choque financeiro causado pela disseminação do vírus fora da China é muito forte, o que dá uma nova dimensão à crise", ressalta a analista Véronique Riches-Flores.
É uma crise financeira, "por muito tempo temida que, se prolongada, terá consequências potencialmente mais prejudiciais do que a própria epidemia da COVID-19", acrescenta.
Após o colapso de Wall Street (-4,42% para o Dow Jones e S&P 500, -4,61% para o Nasdaq) na quinta-feira, os mercados asiáticos também caíram (-4% para Tóquio e Xangai; -5% para Shenzhen). Na esteira dessa tendência, as praças europeias abriram nesta sexta-feira com pesadas perdas, em torno de 3%.
Com isso, "apaga-se quase todo movimento ascendente desde o verão passado (boreal), e isso em apenas uma semana", destaca Tangi Le Liboux, estrategista da Aurel BGC.
Para o futuro, "o risco é importante, porque a epidemia continua a se espalhar, ameaçando um número crescente de regiões ao redor do mundo, incluindo os Estados Unidos", a primeira economia global, à frente da China, aponta Riches-Flores.
Até pouco tempo, a China era o único foco da epidemia, mas o risco se multiplicou com o surgimento de novos surtos, como na Coreia do Sul, no Irã e na Itália.
Os últimos países que entraram na lista são Holanda, Bielorrússia, Nova Zelândia e Nigéria, o primeiro país com pessoas infectadas na África subsaariana.
Segundo vários analistas, não é tanto a gravidade da epidemia que preocupa, mas as medidas tomadas para contê-la, especialmente prejudiciais à economia.
"O impacto econômico é totalmente imprevisível. E é essa situação que faz as bolsas caírem", explica Le Liboux.
Nesse contexto, os investidores estão se voltando para valores-refúgio, principalmente obrigações do Estado, ou ouro.
Enquanto isso, os preços do petróleo continuavam em queda nesta sexta, devido às possíveis consequências da epidemia do novo coronavírus para a demanda mundial.
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