O desemprego no país foi de 12,2%, em média, no trimestre de novembro a janeiro, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado é pior que o esperado por analistas consultados pela agência de notícias Reuters (12%).
A taxa é a mesma do trimestre anterior e menor que a registrada no mesmo trimestre do ano passado (12,6%).
Ainda segundo o IBGE, o número de desempregados no Brasil de novembro a janeiro foi de 12,7 milhões de pessoas. Isso representa estabilidade em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período do ano passado, são 200 mil pessoas a menos sem emprego, uma queda de 1,55%.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (28) e fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua. A pesquisa não usa só os trimestres tradicionais, mas períodos móveis (como fevereiro, março e abril; março, abril e maio etc.).
A estabilidade nos números de desemprego ocorre após sucessivas quedas e é reflexo das demissões sazonais após as vagas temporárias de final de ano e da fraca reação do mercado de trabalho à recuperação econômica.
"Não houve retenção plena de pessoas que foram contratadas para as festas de final de ano. Isso é normal. Só em momentos de boom e aquecimento é que os serviços, o comércio e as empresas seguram essas pessoas", afirma Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE.
Carteira assinada caiu um um ano
Apesar da queda na taxa de desocupação na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o número de empregados com carteira assinada caiu 1,7% nesse período, e o emprego informal continua ditando a regra.
Os empregos criados dizem respeito a vagas na informalidade, sem carteira assinada (+5,6%), e a trabalhadores por conta própria (+4,4%). Foi esse aumento que sustentou o crescimento de 2,1% no total da população ocupada, que representa 1,8 milhão de trabalhadores.
Por causa da crise econômica, o mercado não consegue impulsionar a criação de postos de trabalho de qualidade. Todo esse crescimento de 1,8 milhão de pessoas está apoiado em uma plataforma informal de trabalho
Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE
Já na comparação com o trimestre anterior, tanto o número de empregados com carteira de trabalho assinada (33,3 milhões) e sem carteira assinada (11 milhões) quanto o de trabalhadores por conta própria (23,2 milhões) ficaram estáveis.
Taxa média de desemprego subiu em 2017
Em 2017, a taxa média de desemprego anual no Brasil atingiu 12,7%, a maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012, de acordo com dados do IBGE.
De 2014, quando a taxa de desocupação atingiu o menor patamar (6,8%), para 2017, são quase 6,5 milhões de desempregados a mais, um aumento de 96,2%. O país fechou o ano com 13,2 milhões de pessoas sem emprego.
Setores importantes da economia, a agricultura, a indústria e a construção foram os que mais perderam postos de trabalho.
Metodologia da pesquisa
Os dados fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua. São pesquisadas 211.344 casas em cerca de 3.500 municípios.
O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.