O receio cada vez maior da população de ser infectada pelo novo coronavírus, e a proximidade das festas de Natal e do Ano Novo têm acelerado as vendas nas plataformas digitais. 

O e-commerce brasileiro continua registrando resultados muito superiores aos dos últimos anos. Só na primeira quinzena deste mês, as pequenas e médias empresas aumentaram em 209% o faturamento nos meios virtuais, saltando de R$ 28,7 milhões em 2019 para mais de R$ 88 milhões neste ano, segundo dados da Nuvemshop, plataforma líder na América Latina com mais de 70 mil lojas ativas e com grande foco neste nicho de empresas.

O volume de produtos comercializados também registrou um salto, neste mesmo período, de 233%, passando de 480 mil para 1,6 milhão de unidades. Para se ter uma ideia da velocidade das vendas, 78 itens foram comercializados em apenas um minuto, número também 212% maior que os 25 itens vendidos em igual base de comparação no ano passado. Entre os destaques, estão presentes, com crescimento de 271%, brinquedos (112%) e saúde e beleza (91%).

Em Belo Horizonte, o Buffet Cristina Misk, no bairro São Pedro, partiu neste ano também para as vendas on-line e pelas redes sociais. A empresa investe durante a semana no delivery das 10 às 15 horas, mas criou um cardápio especial para a ceia de Natal, o almoço no dia 25 e para comemorações nesta época. 

“Já estamos com mais de 100 pedidos. Diante do ano que foi terrível, devido à pandemia, fomos até surpreendidos com os pedidos”, conta a proprietária do estabelecimento Cristina Misk Alegro, que defende a prorrogação da ajuda dada pelo governo, sob pena de não conseguir manter a empresa aberta em 2021, depois de 22 anos na ‘estrada’. 

“Mesmo com esse crescimento dos pedidos, não dá para amenizar ainda os prejuízos”, enfatiza.

“A penetração do e-commerce no varejo vem crescendo em todo o Brasil e durante dezembro, mês do Natal, esse movimento está aumentando ainda mais. As pequenas e médias empresas de Minas Gerais, segundo estado que mais movimenta as vendas on-line do país, já faturaram R$ 9,180 milhões nos primeiros quinze dias de dezembro, 219% a mais do que os R$ 2,875 milhões do mesmo período do ano passado”, afirma Alejandro Vázquez, CCO e cofundador da Nuvemshop.

Segundo ele, esse aumento no valor total de vendas dos clientes é resultado do crescimento no volume de pedidos na região, que triplicou em 2020, saltando de 12.496 em 2019 para 44.851 nesses 15 dias de dezembro. <TB>“Vale ressaltar que, em 2019, Minas era o terceiro Estado que mais faturava com e-commerce. Em 2020, ultrapassou o Rio de Janeiro e assumiu a segunda posição”. Em 2019 o Rio comercializou R$ 3,109 milhões, volume que saltou para R$ 8,4 milhões neste ano.