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Com a inflação sem dar trégua, o mercado financeiro já tem como certo que o Comitê de Política Monetária (Copom), na reunião de agosto, deve aumentar a taxa básica de juros acima do 0,75 ponto percentual que vinha sendo previsto até agora. As expectativas são de avanço de 1 ponto percentual, o que pode colocar a Selic em 5,25% ao ano. Para o economista Cesar Bergo, sócio-consultor da Corretora OpenInvest, “se a alta não for agora de 1 ponto percentual, não vai dar tempo de a Selic chegar a pelo menos 6,5% até o fim do ano”, patamar considerado necessário para equilibrar a balança de preços na economia.
“A ideia é buscar um equilíbrio, embora tenhamos de conviver com juros negativos, porque a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em 6% no ano”, reitera Bergo. O centro da meta de inflação, em 2021 é de 3,75%, admitida uma variação entre 2,25% e 5,25%.
André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, concorda com o avanço de 1 ponto percentual pelo Copom. Mas, para ele, o país vai chega ao final do ano com juros a 7%. “Entendemos que a Selic é em parte inócua aos desafios da inflação, uma vez que se concentra nos componentes da oferta majoritariamente”, afirma. Mesmo assim, o economista-chefe destaca que é função do Banco Central reagir com altas mais salgadas na Selic, “na perspectiva de manter ancoradas as expectativas de inflação para 2022, bem como controlar em parte o câmbio, mesmo não sendo esta uma variável de política monetária explícita no sistema de metas”.
Perfeito salienta que a dinâmica inflacionária recente forçou mais uma revisão no cenário para o IPCA de 2021, de 6,5% para 6,9%. Entre os principais motivos, estão o ambiente hídrico desafiador que tem elevado o uso de termoelétricas e, consequentemente, pressionado o preço da energia elétrica; e geadas e secas que ameaçam lavouras e aumentam o preço dos alimentos.
“Aumento em 1 ponto percentual e Selic em 5,25% na reunião do Copom de agosto” são a aposta de Eduardo Velho, economista-chefe da JF Trust Gestora de Recursos. “De fato, avaliamos que ocorreu uma deterioração do balanço de riscos em relação ao panorama da decisão da política monetária de junho. A JF Trust estima uma ‘surpresa inflacionária’ (diferencial entre a previsão do modelo do BC e a inflação efetiva) de 0,71 ponto percentual no trimestre móvel de junho a agosto, o que deve elevar a previsão do BC para o IPCA de 2021 acima de 6%, mas também para 2022”, explica Velho.
Ele calcula que, com uma Selic de 6,75% em dezembro de 2021, o IPCA estimado para 2022 seria de 4,02%. “Portanto, o BC deveria elevar a Selic para a faixa de 7,25% para aumentar a probabilidade de um IPCA mais próximo da meta central de 3,5%. Para junho de 2022, estimamos Selic de 7,5%”, disse.
IGP-M avança 0,78% em julho
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) ficou em 0,78% em julho, contra 0,60% no mês anterior. Com esse resultado, o indicador acumula alta de 15,98% no ano e de 33,83% em 12 meses. Usado normalmente na correção de contratos, como os de aluguéis, o IGP-M foi pressionado, sobretudo, pelo avanço dos preços ao produtor, que avançaram 0,71%, em média. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelos cálculos, na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo bens finais cresceu 1,08% em julho. Apesar da aceleração na margem, o IGP-M acumulado em 12 meses arrefeceu de 35,75% para 33,83%, a segunda redução consecutiva nessa base.
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“A ideia é buscar um equilíbrio, embora tenhamos de conviver com juros negativos, porque a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em 6% no ano”, reitera Bergo. O centro da meta de inflação, em 2021 é de 3,75%, admitida uma variação entre 2,25% e 5,25%.
André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, concorda com o avanço de 1 ponto percentual pelo Copom. Mas, para ele, o país vai chega ao final do ano com juros a 7%. “Entendemos que a Selic é em parte inócua aos desafios da inflação, uma vez que se concentra nos componentes da oferta majoritariamente”, afirma. Mesmo assim, o economista-chefe destaca que é função do Banco Central reagir com altas mais salgadas na Selic, “na perspectiva de manter ancoradas as expectativas de inflação para 2022, bem como controlar em parte o câmbio, mesmo não sendo esta uma variável de política monetária explícita no sistema de metas”.
Perfeito salienta que a dinâmica inflacionária recente forçou mais uma revisão no cenário para o IPCA de 2021, de 6,5% para 6,9%. Entre os principais motivos, estão o ambiente hídrico desafiador que tem elevado o uso de termoelétricas e, consequentemente, pressionado o preço da energia elétrica; e geadas e secas que ameaçam lavouras e aumentam o preço dos alimentos.
“Aumento em 1 ponto percentual e Selic em 5,25% na reunião do Copom de agosto” são a aposta de Eduardo Velho, economista-chefe da JF Trust Gestora de Recursos. “De fato, avaliamos que ocorreu uma deterioração do balanço de riscos em relação ao panorama da decisão da política monetária de junho. A JF Trust estima uma ‘surpresa inflacionária’ (diferencial entre a previsão do modelo do BC e a inflação efetiva) de 0,71 ponto percentual no trimestre móvel de junho a agosto, o que deve elevar a previsão do BC para o IPCA de 2021 acima de 6%, mas também para 2022”, explica Velho.
Ele calcula que, com uma Selic de 6,75% em dezembro de 2021, o IPCA estimado para 2022 seria de 4,02%. “Portanto, o BC deveria elevar a Selic para a faixa de 7,25% para aumentar a probabilidade de um IPCA mais próximo da meta central de 3,5%. Para junho de 2022, estimamos Selic de 7,5%”, disse.
IGP-M avança 0,78% em julho
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) ficou em 0,78% em julho, contra 0,60% no mês anterior. Com esse resultado, o indicador acumula alta de 15,98% no ano e de 33,83% em 12 meses. Usado normalmente na correção de contratos, como os de aluguéis, o IGP-M foi pressionado, sobretudo, pelo avanço dos preços ao produtor, que avançaram 0,71%, em média. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelos cálculos, na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo bens finais cresceu 1,08% em julho. Apesar da aceleração na margem, o IGP-M acumulado em 12 meses arrefeceu de 35,75% para 33,83%, a segunda redução consecutiva nessa base.