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Inflação e taxas de juros altas levaram as famílias a concentrar gastos em itens de primeira necessidade, como alimentação, puxando resultados do setor de supermercados. O índice de consumo dos lares brasileiros cresceu 6,03% no primeiro semestre de 2022 na comparação com o mesmo período do ano passado.
O índice calculado com base nas vendas dos estabelecimentos, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), é um reflexo de que a maioria dos trabalhadores tem destinado o que ganha para alimentação. E para conseguir manter as necessidades básicas, com preços nas alturas, têm trocado de marcas, optado pelas marcas próprias dos supermercados – que têm preço até 30% menor – e ficado de olho nas promoções.
Para enfrentar a alta da inflação dos alimentos, o consumidor fez compras mais planejadas, trocou marcas e buscou mais promoções nos supermercados
Para a economista Mafalda Valente, professora das Faculdades Promove, o resultado está relacionado a um comportamento padrão dos consumidores. “Em um contexto de falta de recursos, causados por desemprego e inflação, o consumidor tende a priorizar bens de primeira necessidade, como comida. Por isso, o movimento no setor costuma ser o último a cair e o primeiro a indicar recuperações”, avalia.
O presidente da Associação Mineira dos Supermercados (Amis), Antônio Claret Nametala, chama atenção também para as altas nas taxas de juros, que inibem financiamentos de bens duráveis e favorecem o consumo de bens com menor valor e consumo rápido, como os alimentos.
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“O fato de o trabalhador poder contar com um emprego formal proporciona a ele mais segurança para suprir as demandas. E, com as taxas de juros mais altas, que inibem a compra de bens duráveis e semiduráveis, essa intenção de consumo é transferida para o varejo supermercadista”, analisa Claret.
Para Kennia Fiorini, moradora de BH, a razão é bem prática. “Apesar dos preços altos, as pessoas precisam comer e, por isso, continuam comprando”, afirma. Ela conta que passou o último mês em viagem ao exterior e, quando voltou, tomou um susto com os preços que encontrou nas gôndolas dos supermercados. “Tudo subiu demais! A gente compra, pois não tem alternativa. Precisa comer, arrumar a casa, manter a rotina. Mas está muito caro”, diz.
Expectativa
Para a Abras, o resultado positivo deve se manter até o final do ano, puxado principalmente pela melhora recente nos índices de inflação, o aumento do emprego formal e pelos recursos que começaram a ser injetados na economia com o pagamento dos auxílios do governo federal, como o benefício a caminhoneiros e o Auxílio Brasil.
Segundo estimativa da associação, de 50% a 60% dos valores liberados pelo governo devem ser destinados à cesta de consumo nos supermercados. “Esse dinheiro vai movimentar o consumo nos lares, então, o crescimento em ritmo moderado do primeiro semestre deve ficar para trás. Daqui para frente, o consumo tende a ser mais intenso e estável porque cresceu o número de famílias atendidas, aumentou o valor do benefício e novos auxílios foram criados para outras categorias profissionais”, analisa o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.
A previsão inicial do setor supermercadista de crescimento de 2,80% no consumo nos lares está sendo revisto para 3% a 3,3%.
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O índice calculado com base nas vendas dos estabelecimentos, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), é um reflexo de que a maioria dos trabalhadores tem destinado o que ganha para alimentação. E para conseguir manter as necessidades básicas, com preços nas alturas, têm trocado de marcas, optado pelas marcas próprias dos supermercados – que têm preço até 30% menor – e ficado de olho nas promoções.
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Para a economista Mafalda Valente, professora das Faculdades Promove, o resultado está relacionado a um comportamento padrão dos consumidores. “Em um contexto de falta de recursos, causados por desemprego e inflação, o consumidor tende a priorizar bens de primeira necessidade, como comida. Por isso, o movimento no setor costuma ser o último a cair e o primeiro a indicar recuperações”, avalia.
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Para a Abras, o resultado positivo deve se manter até o final do ano, puxado principalmente pela melhora recente nos índices de inflação, o aumento do emprego formal e pelos recursos que começaram a ser injetados na economia com o pagamento dos auxílios do governo federal, como o benefício a caminhoneiros e o Auxílio Brasil.
Segundo estimativa da associação, de 50% a 60% dos valores liberados pelo governo devem ser destinados à cesta de consumo nos supermercados. “Esse dinheiro vai movimentar o consumo nos lares, então, o crescimento em ritmo moderado do primeiro semestre deve ficar para trás. Daqui para frente, o consumo tende a ser mais intenso e estável porque cresceu o número de famílias atendidas, aumentou o valor do benefício e novos auxílios foram criados para outras categorias profissionais”, analisa o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.
A previsão inicial do setor supermercadista de crescimento de 2,80% no consumo nos lares está sendo revisto para 3% a 3,3%.